Morreu nesta segunda-feira, 12/08, o ex-ministro da Fazenda Antônio Delfim Netto morreu, aos 96 anos. Delfim estava internado há uma semana no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, devido a problemas de saúde.
Defim Netto ocupou a pasta da Fazenda entre 1967 e 1974, durante a ditadura militar (1964-1985), servindo os governos dos generais Arthur da Costa e Silva e Emílio Garrastazu Médici.
Na gestão do general Ernesto Geisel, serviu como embaixador do Brasil na França. Também foi ministro no governo do general João Baptista Figueiredo (1979-1985), primeiro na Agricultura e depois na Secretaria do Planejamento da Presidência do Brasil, cargo que exerceu até o final da ditadura, em 1985.
No ano seguinte, foi eleito deputado federal, participando, inclusive, da Assembleia Nacional Constituinte no biênio 1987 e 1988. Delfim foi reeleito outras quatro vezes consecutivas, permanecendo na Câmara dos Deputados até 2007.
A condição de ex-ministro da ditadura militar não o impediu de se aproximar da esquerda e se tornar conselheiro econômico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua primeira passagem pelo Palácio do Planalto (2003-2010). Posteriormente, aconselhou também a presidente Dilma Rousseff, de quem passou a ser crítico ao longo dos anos.
Acusado de ter recebido propina de R$ 15 milhões do Consórcio Norte Energia (composto pelas empresas Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, OAS e J. Malucelli), por meio de contratos fictícios, Delfim foi alvo de busca e apreensão no âmbito da operação Lava Jato, em 2018.
A defesa do ex-ministro negou a acusação e apontou que os valores recebidos por ele eram relativos a honorários recebidos por consultoria prestada. O ex-ministro, que será enterrado hoje, deixa filha e neto. O presidente Lula não deve comparecer ao velório, que será restrito à família de Delfim.
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