Em meio a uma inflação de quase 100%, inúmeros argentinos estão lutando para sobreviver, recorrendo à reciclagem em lixões, fazendo fila para trocar seus pertences em clubes de troca e racionamento nos supermercados por causa da falta de produtos nas prateleiras. Até papel higiênico tem estoque controlado. “Minha renda não é mais suficiente”, disse Sergio Omar, à Reuters. Ele passa 12 horas por dia vasculhando montanhas de lixo de um aterro sanitário em Lujan, a 65 quilômetros da capital Buenos Aires, em busca de papelão, plástico e metal para vender. Omar afirmou que um número crescente de trabalhadores informais vão ao depósito de lixo para encontrar qualquer item que possam vender na luta pela sobrevivência.
O país passa por uma prolongada crise financeira e social. Em agosto, a taxa anual de inflação argentina estava em 78,5%, a segunda mais alta entre os países latino-americanos — a inflação mais alta é da Venezuela (114% ao ano). Em Cuba, a taxa é de 32%. No Brasil, a inflação anual, medida no mesmo mês, foi de 8,73%, a 18ª entre os países do bloco.
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