O Telegram manteve em operação um canal neonazista mesmo sabendo que o criador dele já esteve envolvido com “conteúdo que incita à violência”. A informação foi prestada pelo próprio Telegram à Polícia Federal (PF) em um e-mail onde a polícia pedia informações sobre os dados dos integrantes. O pedido havia sido feito no dia 10 de abril, depois que a polícia descobriu que o assassino de Aracruz fazia parte de um grupo onde havia orientações e conteúdos sobre violência em escolas.
Na resposta por e-mail, feita apenas no dia 19 de abril, o Telegram disse que: “Os dados privados relacionados ao usuário criador/administrador do grupo estão disponíveis excepcionalmente, pois o usuário esteve anteriormente envolvido com conteúdo envolvendo incitação à violência. Neste sentido, o Telegram reitera que uma ordem judicial válida é necessária para a divulgação dos dados pessoais existentes do usuário”, disse.
No dia da resposta negativa, o Ministério da Justiça já havia publicado uma portaria que obrigava as redes sociais a retirarem do ar conteúdos sobre violência em escolas e operações contra casos de violência. Além disso, operações da PF aconteciam com foco em adolescentes e adultos rastreados a partir de plataformas online envolvidos com incitação à violência em escolas. Alguns deles chegaram a ser detidos com materiais nazistas.
Telegram suspenso
A Justiça Federal do Espírito Santo determinou a suspensão do Telegram no Brasil e impôs multa diária de R$ 1 milhão até que a plataforma entregue informações à Polícia Federal sobre dois grupos extremistas. O caso começou depois da PF ter analisado o celular do adolescente que matou quatro pessoas em uma escola em Aracruz, no Espírito Santo, em novembro do ano passado. No celular, a PF encontrou na plataforma do Telegram dois grupos extremistas com perfil neonazista; integrantes dos grupos compartilhavam tutoriais de assassinatos, de fabricação de explosivos e vídeos de mortes violentas.
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