A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA – Federal Aviation Administration) emitiu, nesta quarta-feira, 19 de janeiro, novas aprovações que permitem que cerca de 62% da frota comercial dos EUA realize pousos de baixa visibilidade em aeroportos onde as empresas sem fio implantaram a banda-C para disponibilização do sinal 5G.
O problema, como temos acompanhado, acontece porque a frequência do sinal é semelhante à do equipamento rádio-altímetro utilizado pelos aviões para definir sua altitude, podendo causar interferência. Com isso, os sistemas de auxílio à aproximação e pouso das aeronaves, que utilizam o rádio-altímetro como referência, podem ter imprecisões e gerar acidentes.
O novo buffer de segurança anunciado na terça-feira em torno dos aeroportos na implantação do 5G expandiu ainda mais o número de aeroportos disponíveis para aviões com altímetros previamente liberados para realizar pousos de baixa visibilidade. A FAA liberou mais três modelos de altímetros.
Mesmo com essas aprovações, voos em alguns aeroportos ainda podem ser afetados. A FAA informa que também continua trabalhando com os fabricantes para entender como os dados do rádio-altímetro são usados em outros sistemas de controle de voo. Os passageiros devem verificar com suas companhias aéreas os horários dos voos mais recentes.
Os modelos de avião com um dos cinco altímetros até agora liberados pela FAA incluem, mas não se limitam, aos seguintes modelos: Boeing 717, 737, 747, 757, 767, 777, MD-10/-11 e Airbus A300, A310, A319, A320, A330, A340, A350 e A380.
Como se observa, aviões de menor porte, como os da brasileira Embraer que são bastante utilizados nos EUA, não estão listados. Quanto a isso, a FAA afirma que está “revisando dados de teste para altímetros usados em jatos regionais.“
Sobre as diferenças entre a banda C nos Estados Unidos e na França, uma vez que o país europeu já utiliza o sinal 5G sem conflitos com a aviação, a FAA esclarece o seguinte:
“O espaço aéreo dos EUA é o mais complexo do mundo, e a FAA mantém a nós mesmos e ao nosso setor de aviação os mais altos padrões de segurança.
As implantações da tecnologia 5G em outros países geralmente envolvem condições diferentes das propostas para os EUA, incluindo:
– Níveis de potência mais baixos;
– Antenas inclinadas para baixo para reduzir possíveis interferências nos voos;
– Colocação diferente de antenas em relação aos aeródromos;
– Frequências com uma proximidade diferente das frequências usadas pelos equipamentos de aviação;
– Os estágios iniciais da implantação do 5G nos EUA incluirão mitigações parcialmente semelhantes às usadas para ajudar a proteger as viagens aéreas na França. No entanto, mesmo essas propostas têm algumas diferenças significativas;
– As zonas de amortecimento planejadas para os aeroportos dos EUA protegem apenas os últimos 20 segundos de voo, em comparação com um alcance maior no ambiente francês;
– Na França, o governo exigiu que a antena fosse inclinada para baixo para limitar a interferência prejudicial. Restrições semelhantes não se aplicam à implantação nos EUA.”
Alguns dos aspectos comparativos acima descritos são apresentados graficamente pela FAA na imagem a seguir:
Fonte: Aeroin
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