Brasileira é presa no Camboja após aceitar emprego; família suspeita de tráfico humano

Uma brasileira de Minas Gerais está presa no Camboja depois de aceitar uma proposta de trabalho no país asiático. A família suspeita de tráfico humano e conta que ainda não conseguiu ajuda com o Ministério das Relações Exteriores. Daniela Oliveira, de 35 anos, é belo-horizontina e se formou em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 2013.

A reportagem conversou com a mãe de Daniela, Myriam Oliveira. Segundo ela, a arquiteta tinha dificuldades de encontrar bons empregos no Brasil, encontrou uma vaga no país asiático e decidiu apostar na oportunidade. “Ela queria a independência dela. Pesquisando [na internet] surgiu essa vaga para ir para o Camboja. Ela ainda me perguntou: ‘Mãe, você iria?’. Eu falei: ‘De jeito nenhum’”, contou. Myriam relatou que elas chegaram a pesquisar sobre o país e souberam do caso de brasileiros aprisionados no Camboja. “Mostrei para ela e ela entrou em contato com o pessoal [da vaga]. Só que eles distorciam [a história], né?”, relatou.

A família suspeita de tráfico humano, principalmente depois que Daniela relatou que o alojamento era precário, que não podia usar celular durante o trabalho e que a comunicação com a família ficou restrita. Ela precisou pagar R$ 27 mil para rescindir o contrato, e poucos dias depois foi detida por policiais locais, sob a acusação de portar drogas. Daniela foi levada para a penitenciária de Sisophon, perto da fronteira com a Tailândia.

O Itamaraty orientou a família a procurar a embaixada do Brasil em Bangcoc, que responde pelo Camboja, mas a mãe da vítima reclama da falta de respostas. A família também acionou a Defensoria Pública e órgãos de direitos humanos, que levantaram a hipótese de tráfico humano. Daniela mantém contato com a família a cada 15 ou 20 dias e relata estar se sentindo mal, tendo recebido atendimento médico apenas após insistência.

Fonte: Itatiaia