A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, nesta terça-feira (26), uma nova rodada de pesquisas sobre os tratamentos CAR-T no Brasil. Esse tipo de terapia usa células do próprio paciente para combater o câncer.
A técnica CAR-T ficou famosa em maio deste ano ao levar o paciente Paulo Peregrino, que tinha um câncer em estágio terminal, à remissão em apenas um mês.
Como será a nova pesquisa?
A nova autorização da Anvisa permite que a Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto (FUNDHERP), em parceria com o Instituto Butantan, façam um ensaio clínico mais amplo da terapia celular. O grupo é o mesmo que cuidou do paciente Paulo Peregrino.
Os estudos estão em fase clínica inicial (fase 1/2). O objetivo é avaliar a segurança e a eficácia no tratamento de pacientes com leucemia linfoide aguda B e linfoma não Hodgkin B. Os voluntários da pesquisa são pacientes que já passaram pelos tratamentos disponíveis, inclusive transplante de medula, e não obtiveram resposta satisfatória.
Plano é disponibilizar tratamento o antes possível
A Anvisa também criou um plano de acompanhamento dos resultados deste estudo com o CAR-T para colher informações diretamente. Com isso, se os resultados encontrados até dezembro de 2024 forem bons, o objetivo é autorizar a técnica para que as pessoas tenham acesso a uma opção de tratamento segura, eficaz e de alta qualidade disponível no SUS.
“A ciência global está avançando rapidamente para melhorar a qualidade de vida das pessoas em todo o mundo. A experiência recente no Brasil e no mundo tem mostrado que quando os pesquisadores e a Anvisa trabalham juntos desde o começo, isso pode resultar em dados científicos melhores em termos de segurança, eficácia e qualidade. Isso, por sua vez, pode acelerar o acesso a novas tecnologias para as pessoas”, afirmou a Anvisa em comunicado à imprensa.
Futuro do tratamento CAR-T
Por hora, apenas pesquisas com CAR-T para cânceres no sangue estão autorizadas no Brasil. No resto do mundo, estão sendo conduzidos estudos para aplicar a técnica em outros tipos de tumor.
“Em um futuro muito breve este tipo de tratamento vai estar disponível para outros tipos de câncer. Já há estudos semelhantes para câncer de mama, de estômago e de intestino. Não tenho dúvidas de que a terapia celular é a nova fronteira do tratamento do câncer: é específica, age rapidamente, com força, e sem causar os efeitos colaterais dos tratamentos convencionais”, explica o hematologista Dimas Covas.
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