O CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, publicou hoje (20), em suas redes sociais, um comunicado no qual diz que a gigante francesa do varejo “assume hoje o compromisso de não comercializar nenhuma carne proveniente do Mercosul”, bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A carta é endereçada a Arnaud Rousseau, presidente do sindicato francês FNSEA, sigla para Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores. O comunicado foi publicado nas contas de Bompard no Instagram, X e Linkedin, e ocorre em meio a protestos de agricultores franceses contra o acordo da União Europeia com o Mercosul.
Em sua carta direcionada ao sindicato, Bompard não dá detalhes se todas as lojas do Carrefour da Europa vão parar de comprar carne do Mercosul, ou se a medida envolve apenas o Carrefour França. O Grupo Carrefour Brasil disse que a medida em “nada muda nas operações no país”, indicando que os supermercados do grupo em território nacional irão continuar comprando carne de frigoríficos brasileiros.
Protestos
Fazendeiros realizaram hoje (20) um novo protesto em cidades da França contra o acordo entre União Europeia e Mercosul — ainda em negociação. Assim como fizeram nos dois dias anteriores, eles jogaram estrume em frente de prefeituras de diversas cidades. Os agricultores temem perda de competitividade por causa de preços mais baratos de produtos importados dos países do bloco sul-americano. O tratado, que vem sendo elaborado há mais de 20 anos, foi tema de discussões da cúpula do G20, realizada na segunda (18) e na terça (19) no Rio de Janeiro.
“Somos contra o Mercosul (acordo comercial UE-Mercosul) porque isso seria a morte da nossa agricultura francesa, porque não podemos competir de forma justa, já que essas pessoas não respeitam as mesmas leis ambientais que nós. É inaceitável”, disse Benjamin Bejada, produtor de grãos.
No domingo (17), em entrevista à GloboNews, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que as negociações do acordo estão na reta final. Se aprovado, o tratado vai facilitar a entrada, na Europa, de mercadorias como carne bovina, frango, açúcar, milho e soja, produtos que o Brasil lidera na exportação. No início do ano, produtores europeus da França, Alemanha, Itália, Bélgica, Polônia, Romênia e Lituânia já haviam saído às ruas para protestar contra as importações de produtos mais baratos e aumento dos custos agrícolas.
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