Cientistas brasileiros usarão mel de abelhas da Caatinga em pesquisa que busca tratamento para feridas causadas por diabetes

Cientistas do Núcleo de Pesquisas e Inovações Tecnológicas em Reabilitação Humana (INOVAFISIO), ligado ao Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará, irão utilizar mel de abelha e seus derivados em uma investigação que visa a desenvolver novas abordagens para tratar feridas resultantes de diabetes e úlceras venosas. Essa pesquisa é realizada em colaboração com professores do Setor de Abelhas.

O tipo de mel a ser investigado não é o habitualmente encontrado no mercado. Trata-se do mel produzido por meliponíneos, abelhas sem ferrão que englobam um conjunto de mais de 300 espécies, muitas das quais são nativas da caatinga nordestina. No estado do Ceará, é especialmente reconhecida a abelha jandaíra, cujo mel já é empregado com finalidades medicinais pela população local, sendo aplicado sobre feridas e infecções bacterianas.

Por enquanto, há duas possibilidades sendo analisadas: a aplicação do mel diretamente na biomembrana ou uso do produto diretamente na ferida, com aplicação posterior da membrana. A pesquisa ainda está em etapa inicial, devendo o mel ser testado em cultura celular, para só depois começar nas fases pré-clínica e clínica.