Do alto parecia o formato de um coração. A imagem impressionante de um grupo de mais de 100 baleias-piloto-de-barbatana-longa (Globicephala melas) se comprimindo dentro de um círculo próximo a uma praia distante da costa da Austrália deixou cientistas perplexos. “As imagens que vimos na costa são únicas. Nunca vimos isso antes”, afirmou Reece Whitby, ministro do Meio Ambiente do Governo da Western Australia. Infelizmente, o comportamento atípico e nunca observado antes era prenúncio de um tragédia. Depois da formação a 60 km da costa, o grupo de baleias encalhou nas águas rasas da praia de Cheynes.
Até a quarta, 50 delas já tinham morrido. Centenas de voluntários, biólogos, veterinários e representantes do governo local e zoológicos formaram uma força tarefa para tentar salvar as demais 45 baleias ainda vivas. A esperança era de direcioná-las para águas mais profundas. Apesar do esforço gigantesco, o Serviço de Parques e Vida Selvagem da Western Australia anunciou há poucas horas que não houve sucesso na operação. “Uma hora depois de encalharem, os veterinários avaliaram as baleias e confirmaram que elas apresentavam sinais de rápida deterioração. Duas baleias morreram de causas naturais. Nossa equipe de gerenciamento de incidentes determinou então que o curso de ação mais apropriado e humano era sacrificar as 43 baleias restantes para evitar o prolongamento de seu sofrimento”, informaram as autoridades.
Amostras de gordura e dos dentes das baleias foram coletadas para que os cientistas tentem entender o que pode ter provocado a tragédia. Especialistas em cetáceos afirmam que baleias-piloto apresentam um comportamento social muito forte e quando algo acontece com um membro do grupo todos os demais permanecem unidos. Entre as possibilidades levantadas estão que alguma baleia pode ter ficado doente ou que elas estavam desorientadas.
Encalhes de baleias não são incomuns naquela parte do planeta. No ano passado, cerca de 500 delas também foram encontradas em ilhas remotas da Nova Zelândia e por causa de tubarões-brancos na região, o resgate se tornou impossível. Um mês antes na Tasmânia, ao sul da Austrália, outros 200 cetáceos morreram pelo mesmo motivo.
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