O Governo de Goiás assumiu a gestão da regulação do SUS junto ao Centro de Referência em Oftalmologia, da Universidade Federal de Goiás (Cerof-UFG). A transferência da gestão da unidade da Secretaria de Saúde de Goiânia para a Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO) foi comunicada nesta quinta-feira (13/06).
O vice-governador Daniel Vilela, representando o governador Ronaldo Caiado, conheceu as instalações do Cerof, acompanhado do secretário de Saúde Rasível Santos, da reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, e do presidente do conselho do Cerof, Marcos Ávila.
A partir do convênio firmado, o Estado repassará, mensalmente, R$ 2 milhões para custeio dos serviços. A parceria aumentará a abrangência no atendimento do Cerof/UFG para os 246 municípios goianos, por meio do apoio às Atenções Primária e Especializada de Saúde e do encaminhamento dos pacientes pelo Complexo Regulador Estadual (CRE).
Regulação do Cerof-UFG
“Estamos avançando com essa parceria por acreditar que o Cerof pode ampliar a assistência oftalmológica. Temos que fazer do trabalho conjunto algo que supere as expectativas e resolva os problemas das pessoas, principalmente daqueles pacientes que estão na fila por uma cirurgia”, destacou Daniel Vilela.
Atendimento triplicado
O secretário de Saúde confirmou que haverá redução na fila por procedimentos oftalmológicos, já que a expectativa é de que o número de atendimento seja triplicado.
“Temos uma estrutura com vocação estadual. Mais do que isso, nacional, já que é uma referência para o país e estamos no coração do Brasil”, disse, Rasível Santos.
As metas estabelecidas pela SES-GO é que sejam realizadas, por mês, mais de 5 mil consultas médicas e tratamentos especializados para pacientes com catarata, problemas de retina, glaucoma, córnea, oftalmopediatria, tumores oculares e outras.
Para as cirurgias, a média estabelecida é de 800 por mês. Exames complementares diagnósticos também fazem parte do convênio.
O presidente do Conselho de Administração do Cerof-UFG destacou que, nos 25 anos de existência, o Centro se preparou estar vinculado ao Conselho de Regulação Estadual.
“Com isso, passamos para um serviço moderno, abrangente que identificará, de forma mais eficaz, os pacientes que precisam de assistência, para que sejam encaminhados adequadamente”, avaliou.
O médico acrescentou que “o Cerof é uma instituição 100% SUS. Sempre foi um sonho para nós, contribuir com o aprimoramento das redes de atenção de saúde em oftalmologia em Goiás, em todos os níveis, uma vez que também é função do Cerof a formação de especialistas”, considerou.
Aumento transplantes
Atualmente, 1.615 pacientes aguardam por um transplante de córneas no estado. A lista teve um aumento considerável com a pandemia de Covid-19 e o fechamento do Banco de Olhos do Cerof. A espera para receptores por um transplante de córnea em Goiás hoje gira em torno de dois anos e 4 meses.
As captações de córneas são feitas apenas em Goiânia e municípios próximos, pelo Banco de Olhos da Fundação Banco de Olhos de Goiás (Fubog). Agora, as captações vão poder ser feitas também em municípios do interior dotados de hospitais de grande porte, habilitados a notificar os óbitos de doadores de córneas.
Em 2023, Goiás realizou 621 transplantes de córneas, fechando o ano em 7º lugar entre os estados que mais realizaram esse tipo de transplante. A média, conforme a Central Estadual de Transplantes, é de 37 doadores de tecidos oculares por mês.
“Mas ainda é nossa maior fila por transplantes no estado, o que pretendemos mudar com a parceria com o Cerof”, afirma o secretário adjunto da SES, Sérgio Vencio.
Consultório móvel
O convênio também disponibilizará, a partir de agosto, dois consultórios numa unidade móvel, climatizada e adaptada para atender estudantes do ensino fundamental de escolas públicas para a realização de exames oftalmológicos. Nas escolas, será possível realizar de 80 a 100 consultas por dia, cuidando e prevenindo agravos à saúde dos olhos.
Por meio da UFG, o Cerof capacitará os professores das escolas públicas do estado, para que eles façam a primeira triagem, por meio do teste das letrinhas, para identificar crianças com suspeita de dificuldades visuais.
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