A Delegacia de Polícia de Alvorada do Norte, município do nordeste goiano, concluiu ontem (12) o inquérito policial que apurou a morte do policial federal Lucas Soares Dantas Valença, de 36 anos, conhecido nacionalmente como “hipster da Federal”. A investigação concluiu pelo indiciamento do autor do fato, um fazendeiro de 29 anos, pelo crime de posse ilegal de arma de fogo. Porém, ele não foi indiciado por homicídio, uma vez que, conforme a apuração, agiu sob legítima defesa. O fato aconteceu no dia 2 de março deste ano, por volta das 23h, no Povoado Santa Rita, zona rural de Buritinópolis. Segundo o autor, ele estava em sua residência, com a esposa e a filha de 3 anos, quando ouviu barulhos, possivelmente de alguém andando em volta de sua casa, gritando diversos xingamentos.
Momentos depois, um homem desligou o padrão de energia, foi até a porta da residência e a arrombou. O investigado falou para o homem ir embora. Entretanto, este teria entrado em sua residência, e, por medo, o autor, efetuou um disparo com uma espingarda calibre 22 em direção ao invasor, não sabendo que o atingiu. Logo após, religou a energia elétrica da residência e assim pôde constatar que atingiu a vítima abaixo do peito. Ele então chamou a Polícia Militar para as providências legais. O socorro médico foi acionado, mas a vítima faleceu no local. O autor foi preso em flagrante na época do fato pela posse da arma.
Laudo pericial constatou que a vítima, na data da ocorrência, tinha a substância entorpecente THC, principal componente da maconha, em seu corpo. Segundo amigos da vítima, ela também estava em tratamento psicológico e usava remédios controlados.
Lucas Valença nasceu em Goiás, mas morava em Brasília. Ele ficou famoso em 2016, ao aparecer na escolta do então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB-RJ), réu na Operação Lava Jato. Na época, o sucesso do policial nas redes sociais foi tanto que ele ganhou até um boneco no Carnaval do Recife em 2017.
O último caso emblemático em que ele atuou foi na caçada ao criminoso Lázaro Barbosa, em Cocalzinho, em Goiás, em junho de 2021. O policial estava entre os 270 policiais do DF que fizeram parte da megaoperação. Ele ficou conhecido como hipster da Federal por causa da aparência, com barba cheia e cabelos longos sempre presos em coque.
Nas redes sociais, 111 mil pessoas seguem o policial. Apesar dos milhares de fãs, o agente não fazia posts frequentes havia meses.
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