A fumaça que todos nós estamos respirando no Amazonas, e em todo o Brasil, vai nos matar. E quem diz isso é um médico especialista em patologia e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Paulo Saldiva. É como se todo mundo fosse fumante.
“Os mais frágeis morrerão antes do tempo”, cravou, em entrevista ao Intercept Brasil.
Membro da Organização Mundial de Saúde, ele diz que também poderemos ter problemas de câncer, e doenças pulmonares. “Essa fumaça nos envolve, às vezes, por semanas. Ela continua entrando em nossas casas, em nossas ruas e em nossos pulmões”, disse.
Os bebês de até dois anos de idade e idosos também estão sob sério risco. As regiões Norte e Centro-Oeste são os piores cenários. “A poluição, ali, é muito mais intensa e contínua”.
O pesquisador do Instituto do Homem e Meio Ambiente (Imazon), e mestre pela Universidade de Yale em ciência e conservação da Amazônia, Paulo Barreto, afirma que já existem, na região, tecnologias para que atividades como agricultura e pecuária sejam praticadas, sem a necessidade de desmatar e queimar.
Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon, divulgados nesta semana, mostram que nos últimos 12 meses, de agosto de 2021 a julho de 2022, foram derrubados 10.781 km² de floresta, a maior área devastada dos últimos 15 anos para o período, sendo 3% superior à registrada no relatório anterior.
FUMAÇA
Nos últimos dois dias, o Brasil concentrou 71,9% de todas as queimadas registradas na América do Sul. De acordo com dados do sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram 7.322 focos de incêndio nas últimas 48 horas até a sexta-feira (13).
Na sequência, aparecem Bolívia com 1.137 focos (11,2%), Peru com 842 (8,3%), Argentina com 433 (4,3%) e Paraguai com 271 (2,7%) focos de queimadas nas últimas 48 horas.
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