Hospital Estadual de Jataí presta atendimento pioneiro a pessoas em luto

O Hospital Estadual de Jataí Dr. Serafim de Carvalho (HEJ), unidade do Governo de Goiás, desenvolve um trabalho pioneiro, que objetiva acolher e oferecer o suporte emocional para as pessoas que sofrem intensamente a dor causada pela morte de entes queridos. A iniciativa, efetivada pelo Ambulatório de Luto da unidade hospitalar, foi implantada durante a pandemia da Covid-19. Inicialmente, o atendimento era voltado exclusivamente aos familiares dos pacientes que não resistiram à doença, e em agosto de 2021, foi expandido para a população de Jataí.

Em pouco mais de dois anos, o Ambulatório de Luto do HEJ prestou assistência psicológica a mais de 700 pessoas. A supervisora de psicologia do hospital, Aline Carvalho Costa, informa que as pessoas que sentem a necessidade de receber o atendimento e apoio psicológico podem entrar em contato com a unidade por telefone ou presencialmente. A coordenadora multiprofissional Laryssa Hoff explica que as psicólogas anotam os dados dos pacientes e os encaminham para uma lista de espera relativamente rápida.

A equipe é composta por quatro psicólogas que atendem, em média, 10 pacientes a cada 15 dias. O período do tratamento depende da complexidade do estado emocional da pessoa. Na maioria das vezes, conforme a supervisora, o acompanhamento focado na temática do luto é feito em 12 sessões. “A perda de uma pessoa querida é um processo que precisa ser vivido e, muitas vezes, conduzido para que o paciente não tenha prejuízo em sua qualidade de vida. Com isso, o ambulatório abre um espaço individual, seguro e sigiloso para que o cuidado terapêutico seja o mais eficiente e pessoal possível”, destaca a psicóloga.

Aline Costa acentua que o luto é um dos processos mais complexos de ser enfrentado e superado pelo ser humano: “É algo subjetivo, absorvido e vivenciado de forma diferente por cada pessoa. Todos nós sabemos que a morte é algo que vai chegar, mas nada nos dá respaldo suficiente para isso”. O processo do luto, conforme diz, é mais difícil de ser superado quando há perda de compartilhamento de rotina. “Nesse caso, a morte de alguém significa a perda de projeções do futuro e de tudo o que era compartilhado”, ressalta.