Maduro não foi a Argentina porque foi denunciado por sequestros e torturas e tem um prêmio milionário pela sua cabeça

Um grupo de venezuelanos residentes na Argentina havia apresentado, na semana passada, denúncia contra Nicolás Maduro por violação dos Direitos Humanos e pedido que o presidente venezuelano fosse investigado assim que chegasse na Argentina para a cúpula da CELAC, que começa nesta terça-feira (24). Também havia a expectativa que Maduro tivesse um encontro presencial com o presidente brasileiro Lula, mas tudo foi cancelado após o governo venezuelano alegar que não havia as condições necessárias de segurança durante a estadia do seu líder na Argentina.

O advogado Tomás Farini Duggan, que representa as vítimas do regime bolivariano, havia relatado “formas de torturas — físicas e psicológicas —, ameaças de estupro, confinamento em prisões com pouco ar, superlotadas de pessoas doentes e sem atendimento médico“. Os denunciantes são dois refugiados políticos da Venezuela, que pediram para suas identidades serem preservadas, por medo de que seus familiares e amigos sofram represálias pelo governo venezuelano. “Esses dois homens documentaram a tortura com provas que foram adicionadas a tudo o que foi apresentado pelo Alto Comissariado para os Direitos Humanos das Nações Unidas. Além dos dois homens que já testemunharam, vou apresentar outras duas vítimas“, completou Duggan.

É improvável que o Chefe de Estado fosse intimado ou obrigado a depor em outro país, porém e denúncia é mais uma peça de pressão externa contra o presidente venezuelano, que já havia cancelado a sua presença na posse presidencial no Brasil. O Departamento de Narcóticos dos EUA (DEA) mantém a recompensa de US$ 15 milhões pela captura de Maduro por seu envolvimento com o Cartel dos Sóis — uma organização de narcotráfico formada por oficiais venezuelanos.