O ex-secretário da Receita Federal Marcos Cintra (União Brasil), que foi candidato a vice-presidente na chapa da senadora Soraya Thronicke (União Brasil) no pleito presidencial deste ano, questionou ontem (5) o fato de o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter zero votos em centenas de urnas ao redor do país. Em suas redes sociais, Cintra disse ter conferido os dados do TSE e declarou não encontrar explicação para o fato de Bolsonaro ter votação zerada em centenas de urnas. O ex-secretário lembrou ainda que não há registro de seções em que o atual chefe do Executivo tenha obtido 100% dos votos.
Confira, na íntegra, o texto publicado por Marcos Cintra neste sábado:
“Tenho razões para não concordar com Bolsonaro… falta de preparo e de cultura, baixa capacidade de liderança, e comportamento inadequado para presidir um país como o Brasil. Mas as dúvidas que ele levanta sobre as urnas merecem respostas.
Verifiquei os dados do TSE e não vejo explicação para o JB ter zero votos em centenas de urnas. Ex. Roraima, e em São Paulo, como em Franca, Osasco e Guarulhos.
Quilombolas e indígenas não explicam esses resultados, sob pena de admitir que comunidades foram manipuladas.
Há outras centenas, senão milhares de urnas com votações igualmente improváveis. Curiosamente não há uma única urna em todo o país onde o Bolsonaro tenha tido 100% dos votos. E se há suspeita em uma única urna, elas recaem sobre todo o sistema.
Acredito na legitimidade das instituições. Não admito que o TSE seja cúmplice, no caso de descobrirem algum bug no sistema. Mas sim, se tornará cúmplice se não se debruçar sobre esses fatos e esclarecer tudo.
Independentemente de qualquer outra consideração ou preferência política, a preservação das instituições democráticas exige respostas convincentes. Caso contrário estarei sendo forçado a reconhecer a validade dos pleitos por voto em papel.
Tivéssemos registros em papel, sem prejuízo das vantagens da digitalização dos votos, estes casos aparentemente inexplicáveis poderiam ser rapidamente descartados, evitando as dúvidas sobre a integridade do sistema que estão se avolumando.
São dúvidas legítimas. Qualquer cidadão, como eu, tem o dever de exigir esclarecimentos das autoridades competentes para preservar a democracia e a legitimidade de nossas instituições. Quero ardentemente acreditar que haja explicação convincente”.
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