Mistério solucionado? Cientista australiano afirma ter descoberto paradeiro do voo MH370 da Malaysia Airlines

O cientista australiano Vicent Lyne acredita ter encontrado o “esconderijo perfeito” do avião da Malaysia Airlines, desaparecido em 2014. Artigo de pesquisador acaba de ser aceito em periódico científico. Lyne trabalha no Instituto de Estudos Marinhos e Antárticos da Universidade da Tasmânia e publicou um preprint (artigo científico que não foi revisado por pares) em 2021 sobre o desaparecimento do avião. Em junho deste ano, entretanto, o artigo foi aceito no periódico científico Journal of Navigation e está em produção. “Em nome daqueles que esperam por entes queridos, sou grato aos editores e revisores do periódico por revisar o artigo e aceitar o manuscrito”, escreveu ele no LinkedIn. Lyne acredita que piloto tentou pousar avião no mar.

Segundo ele, os danos nas asas, flaps e flaperons do avião sugerem que a aeronave estava envolvida em um “pouso controlado”, semelhante ao do Capitão Chesley “Sully” Sullenberger no Rio Hudson, em 2009 —história que virou até filme. “Isso justifica sem sombra de dúvida a alegação original de que o [voo] MH370 tinha combustível e motores funcionando quando sofreu um magistral ‘pouso controlado’ e não um acidente em alta velocidade com falta de combustível”, escreveu.

Este trabalho muda a narrativa do desaparecimento do MH370, de um desaparecimento sem culpa, com falta de combustível no 7º arco, mergulho em alta velocidade, para um piloto genial quase executando um incrível desaparecimento perfeito no Oceano Índico Meridional. Vicent Lyne Onda fez plano dar errado. Segundo Lyne, a ideia do piloto teria funcionado se não fosse o MH370 ter passado a asa direita por uma onda. Ele descobriu tudo isso devido ao monitoramento regular de um satélite. Avião estaria em “buraco muito profundo”. Com as novas descobertas, o pesquisador reavaliou o trajeto da queda do avião e percebeu que além de não ter caído violentamente, o MH370 seguiu para o leste em direção a um pouso planado, até onde a longitude do aeroporto de Penang, na Malásia, intercepta a latitude 33ºS, até um buraco profundo.

Acidente do MH370

O voo MH370 da Malaysia Airlines desapareceu em 8 de março de 2014, após perder contato com os controladores de tráfego aéreo menos de uma hora após decolar de Kuala Lumpur. O avião, um Boeing 777, estava a caminho de Pequim com 227 passageiros e 12 tripulantes a bordo. O desaparecimento do MH370 desencadeou uma das maiores e mais complexas operações de busca da história da aviação, envolvendo múltiplos países e tecnologias avançadas. Apesar dos esforços, os destroços da aeronave nunca foram localizados, e o mistério sobre o que realmente aconteceu continua a desafiar especialistas até hoje.

Enquanto a teoria de Lyne ganha atenção, especialistas, como o jornalista Jeff Wise, que cobre o setor de aviação, alertam que o caso do MH370 é complexo e requer uma análise detalhada de múltiplos fatores, como comunicações via satélite, biologia marinha e operações de aeronaves. Wise, que participou de documentários e podcasts sobre o MH370, argumenta que a teoria de Lyne deve ser abordada com cautela e que apenas a recuperação dos gravadores de voo poderá fornecer as respostas definitivas.

Lyne baseia suas conclusões na análise de partes da aeronave encontradas anteriormente, sugerindo que o dano observado é consistente com uma aterrissagem controlada na água, semelhante à realizada pelo capitão Chesley “Sully” Sullenberger no famoso pouso no rio Hudson, em 2009. No entanto, esta visão é contestada por outros especialistas, que argumentam que os destroços indicam que as asas da aeronave não estavam em posição de pouso, contradizendo a teoria de uma aterrissagem controlada.