O que se sabe sobre as subvariantes da ômicron que se espalham pelo mundo

A variante ômicron do vírus SARS-CoV-2 tem ao menos quatro subtipos em circulação no mundo, as sublinhagens BA.1, BA.1.1, BA.2 e BA.3. A variante original (BA.1) foi detectada pela primeira vez em novembro/21 na África do Sul e até 17 de março deste ano correspondia a 99,8% das amostras sequenciadas no mundo, sendo ultrapassada pela BA.2 que se tornou a sublinhagem da ômicron mais incidente no mundo.

Segundo a GISAID, plataforma mundial de monitoramento de variantes do SARS-CoV-2, 86% dos casos sequenciados de Covid-19 em todo o mundo são da sublinhagem BA.2 da ômicron, enquanto a BA.1.1 corresponde a 9% das amostras sequenciadas, a BA.1 a 4% e a BA.3 a menos de 0,1%.

Segundo a OMS, a BA.2 tem se espalhado com maior intensidade na Europa, no Mediterrâneo Oriental, e em alguns países africanos, do sudeste asiático, do pacífico ocidental e das américas. O crescimento de casos de BA.2 nestas regiões vem de forma constante desde o final de 2021 e, nos últimos 30 dias, ela passou a ser a linhagem dominante no planeta.

No Brasil, a BA.1 ainda predomina, embora casos de BA.2 cresceram 27,2% entre os dias 27 de fevereiro e 19 de março, segundo levantamento realizado pelo Instituto Todos pela Saúde. Em fevereiro, a Fiocruz detectou casos da linhagem BA.2 da ômicron no Rio de Janeiro e em Santa Catarina, por meio de sequenciamento genético.

No entanto, os números absolutos de casos das linhagens BA.1 e BA.1.1, bem como um platô aparente no número absoluto de casos de BA.2, indicam uma tendência recente de queda na incidência dessas variantes da ômicron desde o início de 2022, informou a OMS em seu último boletim epidemiológico.

Subtipos são mais transmissíveis e graves?

A BA.2 difere da BA.1 em sua sequência genética, incluindo algumas diferenças de aminoácidos na proteína Spike e outras proteínas, embora ambas tenham sido categorizadas como variantes de preocupação, consideradas de alta transmissibilidade.

Dados iniciais sugerem que BA.2 parece ser mais transmissível do que BA.1, e estudos estão avaliando o risco de reinfecção com BA.2 em comparação com a BA.1.

Segundo a OMS, dados iniciais relatados em nível populacional sugerem que a infecção com BA.1 fornece forte proteção contra a reinfecção com BA.2, pelo menos pelo período limitado em que as informações estão disponíveis.

Ainda segundo o grupo técnico da OMS, que analisou dados laboratoriais preliminares do Japão por meio de modelos animais sem imunidade ao SARS-CoV-2, a BA.2 pode causar doenças mais graves em hamsters em comparação com a BA.1. Os pesquisadores também consideraram dados do mundo real sobre gravidade clínica da África do Sul, Reino Unido e Dinamarca, onde a imunidade à vacinação ou infecção natural é alta. Nesses dados, não houve diferença relatada na gravidade entre BA.2 e BA.1.

Fonte: Butantan