ONU: Casos de fome na Somália podem triplicar em seis meses

Cerca de 214 mil pessoas vivem atualmente em situação de fome na Somália, número que poderá passar para 727 mil até meados do próximo ano, advertiu hoje o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (Ocha). O último relatório do IPC (Classificação de Fase Integrada, amplamente aceito para descrever a gravidade das emergências alimentares) sobre a Somália, divulgado hoje, “não leva a uma declaração de fome nesta fase, em grande parte devido à resposta das organizações humanitárias e das comunidades locais”, disse um porta-voz da ONU, Jens Laerke, em entrevista em Genebra.

As respostas encontradas são, contudo, insuficientes, uma vez que as pessoas continuam a morrer de fome, e a situação pode piorar já em abril de 2023, segundo as Nações Unidas. “Se a assistência não for intensificada, particularmente nos setores da saúde. água, saneamento e higiene, pode-se prever a ocorrência de fome entre abril e junho de 2023 no Sul da Somália, entre os agropastoris nos distritos de Baidoa e Burhakaba, e entre as populações deslocadas nas cidades de Baidoa e Mogadíscio”, disse Laerke. As conclusões do relatório mostram que, durante esse período, a crise alimentar na Somália deverá se agravar, com estimativa de 8,3 milhões de pessoas classificadas como “em crise” (IPC Fase 3) ou pior, em comparação com 5,6 milhões atualmente.