Passageiros de avião que pousou em emergência processam empresa aérea por causa da fumaça a bordo

Um grupo de 19 passageiros de um voo da Frontier Airlines, que fez uma aterrissagem de emergência no Aeroporto Internacional Harry Reid em Las Vegas em outubro, entrou com um processo contra a companhia aérea, alegando negligência por mantê-los a bordo da aeronave tomada por fumaça por quase uma hora. A ação foi protocolada na semana passada em um tribunal distrital de Nevada.

O incidente ocorreu em 5 de outubro, quando o voo Frontier 1326, proveniente de San Diego, precisou realizar uma aterrissagem de emergência após um odor “pungente e acre” começar a preencher a cabine e o cockpit.

O acontecimento ganhou atenção mundial quando vídeos mostraram chamas e fumaça saindo do trem de pouso principal da aeronave Airbus A321 enquanto ela parava na pista.

O Conselho Nacional de Segurança dos Transportes (NTSB) ainda não determinou a causa do odor que levou à aterrissagem de emergência, embora um relatório preliminar tenha notado que apenas dois minutos antes da declaração de emergência pelos pilotos, o sistema de computador a bordo registrou uma falha em um ventilador que resfria o compartimento da aviônica.

A tripulação da cabine notou o cheiro distinto nos últimas minutos de um voo que era, até então, rotineiro e alertou os pilotos, que logo após também sentiram o mesmo odor. Os pilotos rapidamente colocaram suas máscaras de oxigênio à medida que o cheiro piorava e declararam emergência.

Seguindo o procedimento de emergência, eles configuraram a aeronave para uma “configuração de emergência elétrica”, o que desligou os monitores da cabine do copiloto, rádio e transponder.

De acordo com o processo judicial, visto pelo PYOK, “à medida que a fumaça densa preenchia a cabine do voo 1326, o ambiente se tornava extremamente quente, e os passageiros ficavam ainda mais traumatizados ao ver veículos de emergência se reunindo na pista abaixo.” A queixa continua: “Os passageiros na cabine não receberem informações sobre o que estava ocorrendo dentro ou fora da aeronave e não foram notificados sobre a declaração de emergência a bordo.”

O processo também alega que a Frontier Airlines não realizou reparos, manutenção e inspeções adequadas na aeronave antes do acidente, e os passageiros alegam continuar sofrendo com choque, angústia emocional e dor como resultado da aterrissagem de emergência.

Advogados da Frontier Airlines ainda não se manifestaram sobre a queixa. O documento destaca que, enquanto os pilotos usavam suas máscaras de oxigênio para se protegerem dos vapores, as máscaras na cabine não foram acionadas.

Entretanto, essas máscaras são normalmente utilizadas apenas em eventos de descompressão, quando o oxigênio na cabine é reduzido, pois as máscaras de oxigênio para passageiros não formam um selo hermético no rosto e podem vazar oxigênio puro para a cabine. Em situações de “fumaça, fogo ou vapores”, acionar as máscaras de oxigênio pode piorar a situação.

Fonte: Aeroin