Nesta quinta-feira (18), a Polícia Federal deflagrou a Operação Tríplice Autonomia, que investiga fraudes em licitações do Ministério da Saúde. O foco está nas contratações suspeitas de empresas de atendimento telefônico automatizado pré-clínico, serviços utilizados durante a crise da Covid-19.
A telemedicina foi uma ideia defendida e implementada pelo então ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. O Projeto de Lei 696/20 liberou o uso de telemedicina, em caráter emergencial, enquanto durasse a crise ocasionada pelo coronavírus. “Será uma maneira que a gente vem discutindo com nossos epidemiologistas e equipes, e deveremos ter uma ferramenta bem inovadora. Para que todo brasileiro possa receber a chamada e, ao digitar sinais e sintomas, a gente classificar o risco e mantê-lo sistematicamente monitorado”, declarou o então ministro à época.
A ação abrange quatro estados: Distrito Federal, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde foram executados oito mandados de busca e apreensão. A operação envolveu a participação de 35 agentes da Polícia Federal.
Segundo as investigações, há evidências de superfaturamento e duplicidade nos contratos, que somam cerca de R$ 190 milhões. Os prejuízos estimados por superfaturamento podem alcançar R$ 80 milhões, com um adicional de R$ 46 milhões atribuídos à sobreposição de serviços contratados.
A escolha do nome “Tríplice Autonomia” para a operação refere-se às três empresas contratadas pelo Ministério da Saúde para fornecer o mesmo tipo de serviço, o que levantou suspeitas de irregularidades.
Os envolvidos são investigados por fraude à licitação, entre outros delitos que possam ser identificados ao longo das investigações.
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