A Polícia Federal (PF) cumpriu, nesta quinta-feira (9), dois mandados de prisão preventiva contra acusados de participar dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República.
Um dos mandados foi cumprido no presídio federal de Campo Grande, onde um dos alvos está detido. O outro foi cumprido na cidade do Rio de Janeiro.
Denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e presos nesta quinta-feira (9), Ronald Pereira e Robson ‘Peixe’ Fonseca cumpriam funções bem definidas na organização criminosa que teria articulado a morte de Marielle Franco em 2018, segundo o relatório da Polícia Federal.
De acordo com as investigações e com a delação premiada de Ronnie Lessa, Ronald Paulo de Alves Pereira teria “assumido o encargo de obter informações sobre a rotina de Marielle Francisco da Silva”.
De acordo com as conclusões da PGR que embasaram as ordens de prisão, Ronald Pereira: A prisão foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes – a GloboNews teve acesso à decisão.
- acompanhou trajetos e agendas de Marielle Franco em 6 de março de 2018, uma semana antes do crime;
- esteve nas proximidades da região onde os tiros foram disparados, no centro do Rio;
- informou os executores sobre a agenda de Marielle no dia da morte.
A participação de Ronald no “monitoramento” de Marielle, citada inicialmente por Ronnie Lessa, foi corroborada na investigação por:
- cruzamento de sinais de Estações Rádio-Base (ERBs);
- registros de ligações telefônicas;
- e mapeamento de movimentação do denunciado.
“Além disso, o referido denunciado foi identificado pela Operação Intocáveis como um dos principais milicianos de Rio das Pedras, possuindo vínculos estreitos com os codenunciados, de modo que em liberdade, poderá voltar a atuar em favor das milícias do Rio de Janeiro e a praticar crimes”, diz Moraes no documento.
As investigações dos homicídios, que foram iniciadas pela Polícia Civil e atualmente também estão sendo feitas pela PF, já resultaram na prisão de dois acusados de executarem os assassinatos, os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiróz, dos acusados de planejarem o crime, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, e do delegado de Polícia Civil Rivaldo Barbosa que, segundo as investigações, teria tentado garantir que os irmãos saíssem impunes
Também já havia sido preso o bombeiro Maxwell Simões Corrêa, acusado de ajudar na destruição de provas do crime.
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