Parlamento do Uganda aprovou um projeto de lei que proíbe o ato sexual entre pessoas do mesmo sexo e prevê cinco anos de prisão para quem não cumprir. Ativistas trabalham para que Presidente não o promulgue.
Uma gigantesca polêmica internacional toma conta do noticiário mundo afora. Tudo após a aprovação de uma lei no parlamento e a mesma ser defendida pelo presidente de Uganda, na África. O presidente de Uganda, Yoweri Musevini, pediu aos líderes africanos para se unirem e intervirem na “promoção e publicidade da homossexualidade”. Segundo ele, se pessoas do sexo oposto pararem de se apreciar, a raça humana acabará.
A fala foi em uma conferência na cidade de Entebbe, antiga capital de Uganda, no último domingo (02). Musevini ainda afirma que a África deve salvar o mundo da homossexualidade e, em seu discurso, ele reforça dizendo que “famílias desfeitas criam homossexuais”. Para o ugandense, as relações homoafetivas são “anti-humanas” e “problemas psíquicos”.
O líder elogiou os parlamentares presentes, após aprovarem o projeto de lei “anti-gay”, consideradas as leis mais duras do mundo, com até pena de morte e prisão perpétua para pessoas que se identificarem como LGBTQIAP+. A proposta estabelece pena de morte para “homossexualidade agravada” e prisão perpétua para “recrutamento, promoção e financiamento” de “atividades do mesmo sexo”.
A Organização das Nações Unidas (ONU) pede ao presidente de Uganda que não sancione lei contra a comunidade LGBTQIAP+. O alto comissário das nações unidas, Volker Turk, diz que a adoção da nova legislação é um passo “arrasador e perturbador”.
Comunidade LGBTQIAP+ contra a Lei
Os defensores dos direitos humanos e dos homossexuais, por outro lado, veem a aprovação do projeto pelo Parlamento como mais um revés.
“Isto é extremo, inoportuno e muito lamentável. Definitivamente, vamos combater isto nos tribunais de justiça. Isto tem de ser emendado ou retirado”, afirmou Frank Mugisha, do grupo Minorias Sexuais Uganda.
“Este projeto de lei, se assinado pelo Presidente, continuará a assediar a comunidade LGBT [Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero], aumentará as detenções arbitrárias, a chantagem e a extorsão. Os crimes de ódio e a violência contra a comunidade LGBT aumentarão devido a esta lei”, acrescentou.
Muitos cidadãos ugandeses apoiam o projeto de lei.
“A proibição dos homossexuais deveria ter acontecido no Uganda há um século. Isto não é África, portanto é imoral, não é religioso, não é natural. Os homens devem casar-se com mulheres e as mulheres devem ser casadas com homens”, opina o assistente administrativo Isaac Lubulwa.
Para a professora Rose Bukirwa, se aprovada, a lei “protegerá a nossa fibra moral, as nossas crianças pequenas, a nossa geração jovem, e há muito que se fazia esperar”.
“Parabéns ao Parlamento ugandês e felicitações a todos os seres humanos de bem pensantes do Uganda”, disse à DW um consultor financeiro.
Fonte: dw.com e noticiapreta.com.br
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