Boa Esperança, situada no Sul de Minas Gerais, possui 860,7 km² de extensão, e sua principal atividade é a cafeicultura, com aproximadamente 20.300 ha de área plantada. É o município sede da Capebe – Cooperativa Agropecuária de Boa Esperança Ltda, fundada em 1963, e a terceira maior cooperativa agropecuária de Minas Gerais, de acordo com o Anuário de Informações Econômicas e Sociais do Cooperativismo Mineiro (2018).
A Capebe está presente em oito municípios do Sul de Minas: Boa Esperança, Campo do Meio, Candeias, Coqueiral, Cristais, Guapé, Ilicínea e Nepomuceno. A primeira ação da nova Diretoria da Capebe, que tomou posse em março de 2020, foi a implantação do Programa de Sustentabilidade CAPEBE Global, com a missão de apoiar os cooperados Capebe durante todo o processo de produção cafeeira, desenvolvendo assim uma cafeicultura inovadora com gestão sólida e transparente em busca das certificações que serão trabalhadas na Capebe, como a Rainsforest e Certifica Minas Café.
Foi assinado o Acordo de Cooperação técnica entre a Capebe e EMATER-MG, para a ampliação do número de agricultores certificados pelo Programa Certifica Minas Café, bem como, implantar projetos para promover a sustentabilidade na produção dos grãos de café.
1) Proteção das águas: recuperação, preservação florestal de nascentes e áreas que margeiam os corpos d’água Proteger as áreas de Preservação Permanente (APP), que são as áreas no entorno das nascentes e olhos d’agua perenes, de acordo com a legislação ambiental vigente.
Passos para a recomposição das nascentes: Cercamento de Nascentes: Construção de cercas, fechando a área da nascente, num raio de 30 a 50 metros a partir do olho d’água: evita a entrada dos animais e por conseguinte o pisoteio e compactação do solo. Manutenção do asseio, ou seja, a limpeza em volta da cerca para evitar que o fogo, em caso de incêndio, atinja a área de nascente. Condução da Regeneração Natural das Espécies Nativas onde a própria natureza promoverá a regeneração natural do local, fazendo ressurgir plantas nativas, típicas deste ambiente, que contribuirão para a sua preservação.
O processo pode ser acelerado com o plantio de mudas de espécies nativas. Limpeza e proteção das nascente, para que nada bloqueie o caminho da água e para garantir a saúde da nascente, livre de folhas, raízes, plantas invasoras e da terra que desliza de encostas e barrancos.
2) Melhoria da qualidade das águas e redução da poluição dos lençóis freáticos através da substituição de fossas denominadas “fossas negras” por um sistema de tratamento de efluentes O Tanque de Evapotranspiração (TEvap), que é um sistema de tratamento e reaproveitamento dos nutrientes do efluente proveniente do vaso sanitário, foi criado pelo permacultor Tom Watson, nos EUA, com nome de “Watson Wick” e adaptado por vários permacultores brasileiros.
É um sistema fechado, ou seja, estanque, e não há saída de água, seja para filtros ou sumidouros. Nele ocorre a decomposição anaeróbia da matéria orgânica, mineralização e absorção dos nutrientes e da água, pelas raízes dos vegetais. Os nutrientes deixam o sistema incorporando-se a biomassa das plantas e a água é eliminada por evapotranspiração. Não há deflúvio. E dessa forma, não há como poluir o solo ou o risco de algum microrganismo patógeno sair do sistema.
3) Destinação correta dos resíduos sólidos nas propriedades rurais Disponibilização assistência técnica a produtores rurais sobre a tríplice lavagem e devolução das embalagens de agrotóxicos, criação de campanhas de sensibilização nas zonas rurais, auxiliando os moradores sobre a forma correta de devolução das embalagens de agrotóxicos e destinação adequada do lixo doméstico, trabalhando com os produtores a logística de coleta de lixo rural.
4) Aplicação da metodologia ISA (Indicadores de Sustentabilidade em Agroecossistemas) Desenvolvida pela Epamig, em parceria com a Emater-MG, IEF, Embrapa, UFMG e Fundação João Pinheiro, possibilita uma abordagem mais ampla da propriedade, incluindo os fatores de influência e interdependência que caracterizam o ambiente onde ela está inserida, destacando os sistemas de produção, gestão, habitats naturais, estradas de acesso, ecossistemas aquáticos, diversificação da paisagem agrícola, entre outros. Nesse contexto, os produtores estabelecem as metas para os indicadores de sustentabilidade e definem as ações adequadas a serem tomadas para realizar as melhorias. A avaliação básica para isso será o ISA e monitoram o progresso às metas permitindo melhoria constante.
5) Potencializar o processo de sucessão rural nas propriedades rurais Incentivar a inclusão da agricultura digital nas propriedades certificadas, que pode desempenhar um papel relevante na sucessão rural, apresentando novas oportunidades para retenção dos jovens, pois, a maior conectividade no meio rural fortalece as ações de cooperativismo, a educação à distância, e a atração de mais jovens ao campo.
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