O risco maior é para a dengue tipo 3. A linhagem, que ressurgiu no Brasil em 2023, após 15 anos sem surtos ou epidemias, tem casos confirmados em São Paulo e Roraima. No estado amazônico, especialistas do MS alertaram que o sorotipo 3 já é predominante.
“A dengue possui quatro sorotipos. Quando uma pessoa é infectada por um deles, automaticamente adquire imunidade para aquele tipo específico. Mas isso não impede que ela se infecte com outra linhagem, e essa reinfecção pode contribuir para um agravamento. Por isso, o alerta do ministério gera tanta preocupação”, explica a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Flúvia Amorim.
Ações de combate à dengue
Desde 2021, a maioria dos casos de dengue em Goiás é do sorotipo 1. Em 2023, representam 95% dos registros. O Brasil tem duas vacinas contra a doença liberadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Uma não foi incorporada ao Programa Nacional de Imunizações por questões técnicas e a outra está em análise pelo Ministério da Saúde. “Então, até que a vacina seja liberada e incorporada, a única forma que a gente tem de controlar a doença é controlando o Aedes aegypti. E controlar o mosquito significa evitar criadouros em casa, evitar que ele nasça”, pontua a superintendente.
Em Goiás, diversas ações vêm sendo adotadas pela SES para mitigar os riscos de aumento de casos de dengue. Entre elas, estão uma campanha publicitária de conscientização, em todas as plataformas (TV, rádio e internet), sobre a necessidade de participação popular no combate ao vetor da doença. A pasta também realiza capacitações com os profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) sobre o manejo clínico adequado e a devida condução dos casos de dengue, para evitar o agravamento do quadro e a possibilidade de evolução para óbito.
Sequenciamento genético
O Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO) realiza, ao longo de 2023, o sequenciamento genético para dengue e chikungunya para entender qual sorotipo circula no estado e preparar as equipes de saúde para as ações necessárias.
“Desses quatro sorotipos, existem ainda subtipos dentro deles. Alguns causam formas graves em crianças, outros, mais em adultos. Então esse sequenciamento é importante para a gente saber como precisamos atuar na prevenção ou mesmo no tratamento”, reforça Flúvia Amorim.
Segundo o diretor-geral do Lacen-GO, Vinícius Lemes da Silva, a previsão é realizar novos sequenciamentos genéticos a partir de janeiro de 2024, com a chegada de insumos pelo MS e novas aquisições pela SES.
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