Sirene toca em SP para lembrar vítimas de Brumadinho

Às 12h28 deste domingo (26), o som de uma sirene ecoou pela Avenida Paulista, em São Paulo. O alerta era para lembrar as 272 pessoas que morreram no rompimento da barragem da mineradora Vale, em Brumadinho, ocorrido há seis anos.

A escolha pelo toque da sirene é para marcar o horário em que a tragédia teve início e relembrar que, naquele mesmo dia, há seis anos, a sirene não tocou. A homenagem às vítimas da tragédia também é uma forma de denunciar a impunidade e reafirmar o compromisso com a prevenção de novos episódios.

O ato foi promovido pelo Instituto Camila e Luiz Taliberti, entidade que foi criada em homenagem aos dois filhos de Helena Taliberti, que morreram em consequência do rompimento da barragem. Ambos estavam hospedados na Pousada Nova Estância, engolida pelos rejeitos.

Eles não foram as únicas vítimas da família. Aos 30 anos, Fernanda Damian, mulher de Luiz Taliberti, também teve sua vida interrompida. Ela estava grávida de cinco meses do primeiro neto de Helena. Estava presente ainda o ex-marido de Helena, pai de Camila e Luiz. Ele acompanhava a viagem junto com a esposa.

“Sou mãe da Camila e do Luiz. Sou sogra da Fernanda, que estava grávida de cinco meses do meu neto Lorenzo. Todos morreram nessa tragédia. Morreram também o pai biológico e a madrasta deles. A família toda”, contou Helena Taliberti, presidente da associação, e que participou do ato hoje na Avenida Paulista. “Não é um luto normal porque sabemos que é um luto que poderia ter sido evitado. Eles poderiam estar aqui conosco. A gente sabe que isso ocorreu por negligência e ganância. A dor é diária. Ela está no nosso cotidiano por causa da ausência deles e pela impunidade”, denuncia.

A programação do ato teve início às 10h da manhã com distribuição de sementes de girassóis, intervenção artística e uma ação de plantio de mudas e pintura em argila com crianças.

Fonte: Agência Brasil