[VÍDEO] Delegada humilha entregador que não deixou comida na porta de apartamento

Um vídeo mostra uma delegada da Polícia Civil agredindo e xingando um entregador no momento da entrega do pedido em um condomínio no bairro Parque Verde, em Belém, no Pará. A Corregedoria da Polícia Civil abriu um procedimento administrativo para apurar o caso. “Bora, seu vagabundo, me dá a p**** da comida. Eu paguei.”

O motivo da discussão seria porque o entregador não foi deixar a comida na porta do apartamento. Ele disse que estava na portaria, tentando contato com a delegada Kari Grazielle Klat, quando ela chegou de maneira grosseira exigindo a entrega na porta. Revoltada, a delegada disse que o pedido foi pago para ser entregue na porta da casa dela. No momento da discussão, o entregador afirma que ela tentou derrubá-lo da bicicleta.

No Brasil, os entregadores não têm obrigação de ir até a porta dos clientes, segundo os principais aplicativos de delivery que atuam no país.

O vídeo flagra a delegada chamando o entregador de “vagabundo” e quando ela tenta puxar o celular dele, enquanto ele tentava registrar a ação. Ela ainda chegou a ameaçar dar voz de prisão ao trabalhador.

Ainda de acordo com o relato da vítima, a delegada se recusava a fornecer o código para a entrega do pedido.

Em entrevista ao site OLiberal, Tiago Assunção Miranda, de 26 anos, relatou o passo a passo da situação. “Eu peguei um pedido para entregar para essa mulher. Chega na primeira portaria, faz a identificação, passa. Aí vai para a segunda portaria, que é a portaria do condomínio dela. São três condomínios no mesmo local. Peguei e mandei mensagem pelo chat, ela não respondeu. Cheguei na portaria do condomínio dela, pedi para o rapaz dar uma ligada para ela vir na portaria coletar o pedido dela. Fiquei aguardando uns quatro ou cinco minutos e depois ela chegou”, contou.

Tiago explicou que foi surpreendido pela postura agressiva da cliente. “Ela veio com um tom de voz de ignorância falando ‘Olha, eu pago o pedido é pra te deixar na porta do meu apartamento, não aqui na portaria’. Eu expliquei para ela que a gente não é permitido subir em apartamento, muito menos em condomínio”, disse.

Segundo ele, a situação escalou rapidamente. “Então, bora, seu vagabundo, me dá a p**** do meu pedido”, teria dito a cliente. Como não forneceu o código da plataforma, obrigatório para a liberação do pedido, o entregador decidiu deixar o local. “Ela continuou falando grosseiramente comigo. Nisso eu virei a costa e subi na bicicleta. Nisso que eu subi na bicicleta, ela puxou a minha bag tentando me derrubar no chão. Eu consegui me equilibrar, continuei na bicicleta e comecei a gravar. Ela falou que ia me dar voz de prisão. Eu perguntei para ela porque ela ia me dar voz de prisão. Ela falou: ‘Porque eu sou delegada’.”

As imagens gravadas pelo entregador mostram o momento em que a mulher tenta tomar o celular da mão dele e parte para cima com agressividade. “Desci da bicicleta e comecei a gravar ela. Ela começou a me chamar de vagabundo, de ladrão, dizendo que eu queria roubar o celular dela. Ela veio para cima de mim, tentando tomar meu celular e me agredir. Logo em seguida, veio uma outra pessoa, puxou ela e levou lá para dentro. Foi que eu consegui me retirar do local para fazer a devolução do pedido [ao restaurante]”, relatou.

Em seguida, procurou a delegacia de Polícia para fazer Boletim de Ocorrência.