“No começo, você se vê perdendo peso todos os dias”. Matthieu está passando dois meses deitado em uma cama em Toulouse, no sul da França, para experimentar a ausência de gravidade e ajudar a melhorar as condições de vida dos astronautas em missão.
Matthieu é um dos 12 homens selecionados para o experimento e está há cinco semanas na clínica Medes, uma filial de saúde do Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES).
As camas dos voluntários, escolhidos entre 3.000 candidatos, cujos sobrenomes não foram divulgados, permanecem inclinadas durante 60 dias, em um ângulo de -6 graus. Esta posição é a que melhor recria os efeitos da ausência de gravidade, a que os astronautas são submetidos no espaço.
“Entramos na fase exploratória espacial. Estamos realmente tentando ir à Lua e a Marte. Não é ficção. E isso implica voos de longa distância, de dois a três anos”, explica Audrey Bergouignan, do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS).
“A exposição à microgravidade tem impacto no conjunto dos sistemas fisiológicos (…) e provoca alterações que tentamos entender e prevenir”, mediante protocolos que são testados primeiro em terra, afirma a pesquisadora.
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