Em um estudo, pesquisadores de Harvard compararam as taxas de reações relatadas por participantes que receberam as vacinas com as taxas de reações relatadas por aqueles que receberam uma injeção de placebo. O resultado foi que quase um terço dos participantes que receberam placebo relataram ao menos um evento adverso, sendo dor de cabeça e fadiga os mais comuns. Dados de 12 ensaios clínicos de vacinas anticovid foram analisados para essa amostragem. Esses ensaios incluíram relatos de eventos adversos de 22.578 receptores de placebo e 22.802 receptores de vacina.
Após a primeira injeção, a pesquisa aponta que mais de 35% dos receptores de placebo apresentaram sintomas que afetam todo o corpo, como febre —com dor de cabeça e fadiga mais comuns em 19,3% e 16,7%, respectivamente. Embora esse grupo tenha recebido um tratamento farmacologicamente ativo, pelo menos alguns de seus eventos adversos também foram atribuídos ao efeito placebo —ou, nesse caso, nocebo—, uma vez que muitos desses eventos também ocorreram no grupo placebo.
A análise da equipe sugeriu que as respostas nocebo representaram 76% dos eventos adversos sistêmicos no grupo da vacina e quase 25% dos eventos locais relatados. Após a segunda dose, os eventos adversos entre o grupo placebo caíram para 32% relatando quaisquer eventos sistêmicos e 12% relatando quaisquer eventos adversos locais. Em contraste, os participantes que receberam a vacina relataram mais efeitos, com 61% relatando eventos adversos sistêmicos e 73% relatando eventos adversos locais. Os pesquisadores calcularam que as respostas nocebo representaram quase 52% dos eventos adversos sistêmicos e 16% dos eventos locais relatados após a segunda dose.
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