O Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) alerta pais e responsáveis para o uso racional de medicamentos durante a infância. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os pacientes pediátricos são mais vulneráveis a eventos adversos envolvendo a utilização de fármacos. Em Goiás, nos anos de 2023 e 2024 foram registrados 979 casos de intoxicações em crianças.
O pediatra e diretor técnico do Hecad, André Resende, explica que a produção de medicamentos próprios para uso em pediatria ainda é limitada e por isso o cálculo da dosagem precisa ser realizado pelo pediatra de forma individualizada.
Medicamentos em crianças
“O cálculo da dose deve considerar a idade, peso e a área de superfície corporal de cada criança, além de levar em conta a imaturidade dos órgãos e as condições clínicas do paciente. Por isso buscar ajuda médica é fundamental”, afirma o médico.
A pediatra Maysa Carvalho orienta os pais a manter o medicamento em embalagem própria e com a bula, para evitar erros.
“Os medicamentos que sobram, principalmente os líquidos, devem ser descartados porque o abrir e fechar do frasco favorece a contaminação do fármaco”, explica a profissional. “É importante também evitar administrar medicamentos com a criança deitada, para evitar que ela engasgue ou vomite”.
Para medicamentos líquidos, a preferência deve ser pela utilização da seringa.
“A seringa é mais precisa que uma colher de casa, por exemplo, que tem vários tamanhos diferentes. Além disso, colocando a ponta da seringa entre os dentes e a gengiva, o medicamento pode escorrer para a base da língua e a criança engole com mais facilidade”, conta André Resende.
“As crianças maiores podem tomar água gelada ou raspinhas de gelo antes de tomar a medicação, porque a temperatura fria entorpece as papilas gustativas, amenizando o sabor desagradável”, indica o médico.
Para os pediatras, mesmo medicamentos fitoterápicos e homeopáticos exigem cuidados.
“Não é porque é natural que não pode ser tóxico, especialmente para crianças. Fitoterápicos e homeopáticos também são remédios e os pais precisam ter certeza de que foram produzidos em indústrias autorizadas, que contém no rótulo o nome científico dos elementos utilizados, a concentração e a data de validade”, alerta André Resende.
Consulta
Outra dica importante dos pediatras é tirar todas as dúvidas no momento da consulta médica.
“Doenças diferentes tem sintomas muito parecidos e por isso é sempre importante buscar a ajuda de um médico. O momento da consulta é também o momento de tirar as dúvidas sobre a prescrição: qual a dose a ser utilizada, quantas vezes ao dia, qual a via de administração, por quanto tempo, quais os melhores horários, como tomar os medicamentos – se antes ou depois das refeições ou se acompanhados ou não de alimentos”, afirma o pediatra.
“Na consulta, os pais devem levar ao profissional se a criança já teve problemas em função do uso de algum medicamento, como tosse, manchinhas na pele, náuseas, prostração”, conta a pediatra Maysa Carvalho.
“Dizer se a criança é alérgica, se ela não conseguiu utilizar algum medicamento específico e porque não conseguiu, é importantíssimo para que o pediatra possa indicar o medicamento que trará o maior benefício com o menor dano”, explica a médica.
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