Cunha Filho, o locutor esportivo “peito de aço”, morreu nesta madrugada em Goiânia

Depois de 30 dias em coma após sofrer um AVC quando caminhava pelo centro de Goiânia, morreu na manhã desta quinta-feira, 28/10/2021 o locutor esportivo Cunha Filho. No dia do acidente o locutor chegou a ser dado como morto. Para os familiares o sentimento é de descanso, uma vez que Cunha Filho jamais seria o mesmo em função da gravidade do AVC e das sequelas. Senandro da Cunha Filho foi um consagrado locutor esportivo em Goiás onde conquistou uma multidão de fans com suas narrações vibrantes e absolutamente alegres.

A Associação dos cronistas esportivos de Goiás emitiu nota lamentando a morte de Cunha Filho

Morre Cunha Filho o melhor gol do Brasil

A crônica esportiva goiana está entristecida nesta manhã de 28 de outubro – o rádio e seus ouvintes choram: morreu nesta madrugada o narrador Cunha Filho, que com justiça foi batizado por outro companheiro que já nos deixou, o Adolfo Campos, como o melhor gol do Brasil.
Cunha chegou ao rádio na década de 1970, primeiro como locutor noticiarista da Rádio Independência (hoje AM 1090).
Foi o narrador Jota Júnior que deu a ele a oportunidade de realizar o sonho que o levou para o rádio, ser narrador esportivo. Jota havia retornado de Belo Horizonte e montado uma equipe de esporte na Rádio Jornal de Goiás (Hoje Band 820) e abriu as portas da profissão para o Cunha Filho.
Daí para a consagração foi tempo curto. Cunha foi para o Escrete de ouro da RBC, comandado por Jayro Rodrigues, a seguir contratado a peso de ouro para ser o primeiro locutor dos Donos da Bola, equipe esportiva da Rádio Anhanguera, comandada por dois dos principais narradores do rádio goiano, Jurandir Santos e Joel Fraga, que viram que o dono da audiência era o Cunha Filho. Quando
Jorge Kajuru assumiu a direção de esportes da Rádio Difusora, criando a legendária equipe As Feras do Kajuru, cunha foi contratado, novamente ao peso de ouro para ser o principal locutor, dividindo depois esta condição com o Édson Rodrigues.
Narração vibrante, voz arroucada, diferente das vozes graves padrões da sua época, Cunha foi um fenômeno na narração. Criador de bordões como “vai tomando nota” – para chamar o tempo de jogo, “vai buscar lá dentro”, para assinar o gol narrado, ainda introduziu na narração esportiva, o aproveitamento de versos de músicas populares pra dar brilho na narração. Quem não se lembra do verso “cochilou cachimbo cai Zé bobão”, que ele veiculava logo após a narração do gol, quando chamava o nome do goleiro e colava o verso da música nordestina.
Enquanto brilhava no rádio ganhando a audiência !
Cunha sofreu um Acidente Vascular Cerebral, caiu na rua ficou dias e dias internado e infelizmente hoje veio a óbito !
Fica a saudade de um coração benevolente, de um amigo leal e de um narrador brilhante,
Que Deus acolha o querido Cunha Filho responsável por muitas lágrimas de amigos e ouvintes neste dia 28 de outubro !

Lucimar Augusto presidente da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de Goiás