O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pediu o afastamento do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) do partido. O tucano se reuniu com correligionários na noite de ontem (8), no Palácio dos Bandeirantes, para tratar, entre outros assuntos, do posicionamento da sigla na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados – o pleito foi vencido por Arthur Lira (PP-AL), que derrotou por 302 votos a 145 o deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP), aliado de Doria. Em coletiva de imprensa hoje (9), quando anunciou a ampliação de estações de metrô na capital paulista, o governador de São Paulo confirmou seu pedido.
“Pedi o afastamento [de Aécio Neves]”, afirmou João Doria. “Entendo que o PSDB não deve abrir espaços para comportamentos desse tipo. O PSDB é um partido com direcionamento e com uma posição, embora possa ter discussões, debates, isso faz parte do processo de qualquer partido, mas você não pode ter dissidências em um partido que se posiciona com clareza a favor da vida, em defesa da democracia, da saúde e do meio ambiente. E deputados e senadores defendendo o oposto. Isto não é partido. Então aqueles que tenham pensamento distinto que tenham dignidade e coragem e peçam pra sair. Se tiverem coragem que saiam. É a atitude que se espera de alguém com o mínimo de dignidade. É o que se espera de um parlamentar, que foi eleito pelo voto popular. Então respeite o voto e a democracia e saia”, acrescentou.
Réu por corrupção e obstrução à Justiça, Aécio Neves é acusado de receber R$ 2 milhões em propina do empresário Joesley Batista. Em agosto de 2019, o PSDB rejeitou o pedido de expulsão do deputado da sigla. Candidato do partido à Presidência da República em 2014, Neves se livrou da punição por 33 votos a seu favor e apenas três contra. Relator do caso, o deputado Celso Sabino (PSDB-PA) é aliado de Arthur Lira na Câmara dos Deputados e, à época, foi contrário à expulsão do parlamentar mineiro.
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