Ela queria ser médica! O sonho interrompido da estudante brasileira assassinada no Paraguai

A história de uma jovem brasileira morta numa chacina em Pedro Juan Caballero, no sábado passado, revela um caminho que vem sendo feito por muitos estudantes que têm procurado o país para cursar Medicina. Era o caso de Rhannye Jamilly Oliveira Borges, de 18 anos.

Alegre, desinibida, amiga e apaixonada por música — ela tocava violão e cantava — , a moça sonhava se tornar médica no país vizinho, na Universidade Central do Paraguay, no Departamento de Amambay. No último fim de semana, saindo de uma boate junto com outras três pessoas, entre elas um suspeito de integrar uma quadrilha de tráfico, Rhannye perdeu a vida. A camionete branca em que o grupo estava foi fuzilada.

Num dos últimos posts que fez em redes sociais, Rhannye, que era de Mato Grosso, gravou um vídeo para a família. Nele, a estudante, que sempre foi religiosa, canta a letra da música gospel, que fala em saudade e do desejo de voltar para a casa.

“Me leva para casa, eu quero voltar pois longe de ti não é o meu lugar. Eu corro depressa para te encontrar, de braços abertos, como alguém que esqueceu. Como pode me amar sabendo dos meus pecados? Sabendo que o que faço de errado, como pode me amar assim? Como pode me amar, Deus, sabendo que eu fugiria se a porta estivesse aberta. Como podem me confiar e ainda me pega quando estou caindo e me abraça, quando estou chorando seguras minhas mãos”.

O sepultamento da jovem foi no domingo passado, em Curvelândia, pequeno município de MT, com pouco mais de cinco mil habitantes, onde ela vivia com a família, antes de se mudar para a cidade paraguaia.

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