Tratamento costuma ser cirúrgico e exige recuperação com acompanhamento de especialista
Complicações ocasionadas por fraturas estão entre as principais causas de morte em idosos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Junto do traumatismo cranioencefálico, especialistas apontam a fratura do fêmur como a mais grave que um idoso pode sofrer. O tratamento para esse tipo de lesão costuma ser cirúrgico e a recuperação requer acompanhamento de profissional de ortopedia.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, aproximadamente 30% dos indivíduos acima dos 65 anos caem, ao menos, uma vez por ano. A porcentagem aumenta para 40% entre aqueles com mais de 80 anos. Geralmente, os pacientes precisam de hospitalização e, desse percentual, somente metade sobrevive após um ano do acidente.
É importante que os idosos tenham bastante atenção para evitar ao máximo fraturas no fêmur, já que eles devem representar ainda mais uma parcela considerável da população no futuro. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2060 cerca de 25% da população brasileira será idosa.
Por que as quedas são comuns?
O principal motivo para que idosos quebrem o osso da coxa é a queda acidental dentro de casa. O risco para os tombos nessa faixa etária é maior, principalmente devido à fraqueza muscular e à perda do controle neuromuscular — que depende de uma comunicação rápida entre cérebro e músculos — e do equilíbrio.
Também elevam o risco a diminuição da qualidade da audição e da visão, a perda de sensibilidade por algum distúrbio neurológico e o efeito colateral de determinadas medicações.
Complicações decorrentes de fraturas
Quebrar o fêmur e outros ossos pode acarretar complicações diversas para o idoso. Alguns exemplos são a necessidade do uso de andador ou bengala e a redução da autonomia e da mobilidade.
Em quedas mais graves, as consequências podem ser extremas, como deixar o paciente acamado — o que pode provocar as conhecidas escaras, lesões na pele por pressão —, infecções, tromboembolismo venoso e morte.
Especialistas ressaltam que pode haver uma evolução desfavorável mesmo quando a lesão é tratada adequadamente. As complicações costumam ocorrer devido à idade avançada e ao nível de gravidade, como no caso de fraturas expostas ou cominutivas (quando o osso se fragmenta em vários pedaços).
Além disso, condições como uso prolongado de anti-inflamatórios após a cirurgia, tabagismo, diabetes mellitus ou demora para passar pela operação estão relacionadas ao surgimento de complicações nas fraturas do fêmur.
Como tratar as complicações?
O tratamento para problemas acarretados pelas fraturas do fêmur vai depender do tipo e da localização do problema. Pode ser necessário, por exemplo, uma nova operação para retirar o implante utilizado no primeiro procedimento cirúrgico e trocá-lo por um novo. Isso vale tanto para prótese de quadril quanto para placa ou haste intramedular.
Dependendo da complexidade do caso, também pode ser preciso realizar enxertos ósseos (sintéticos ou do próprio paciente) e terapias coadjuvantes, como medicações injetáveis ou ultrassom.
Como prevenir fraturas
Segundo as recomendações da OMS, é importante que o idoso realize atividades físicas, desde que existam condições motoras e liberação médica para tal.
A rotina deve unir exercícios voltados a fortalecer a musculatura, como pilates e musculação, e atividades aeróbicas de baixo impacto, como bicicleta ergométrica, hidroginástica e caminhada.
A prática orientada por profissionais capacitados garante benefícios à população idosa, como aumento da qualidade muscular e da mobilidade.
Para reduzir o risco de queda, deve-se também adaptar o local onde o idoso vive. A Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, do Ministério da Saúde, lista algumas recomendações para preveni-la em casa e na rua.
Elas incluem a retirada de potenciais obstáculos, como objetos espalhados, móveis, tapetes soltos e vasos. Barras de apoio em banheiros e pisos antiderrapantes devem ser instalados. Outra orientação é que os idosos usem sapatos fechados e bem amarrados mesmo dentro de casa.
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