Índia quer impulsionar importações de petróleo do Brasil

Reuters – A Índia, terceiro maior importador e consumidor de petróleo do mundo, está buscando impulsionar as compras de petróleo do Brasil, disse nesta quinta-feira o ministro do Petróleo da Índia, Hardeep Singh Puri, após uma reunião com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

“Expressamos ao ilustre ministro que estamos dispostos a aumentar o nosso petróleo (importado) do Brasil repetidas vezes”, disse Puri, acrescentando que as empresas indianas também estarão buscando impulsionar o investimento no país sul-americano.

As empresas estatais indianas Bharat Petroleum Corp e Oil and Natural Gas Corp têm feito investimentos no setor de exploração de gás e petróleo do Brasil.

A Índia quer importar petróleo do Brasil sob “contratos especiais de longo prazo”, informou um comunicado do governo divulgado após a reunião, sem dar mais detalhes.

O Brasil, que está aumentando sua produção de petróleo em 10% para 3,3 milhões de barris por dia, está disposto a atender a demanda indiana por petróleo, disse Albuquerque.

A Índia, que atende cerca de 84% de suas necessidades de petróleo por meio de importações, está procurando maneiras de reduzir suas despesas com o produto, o que inclui intensificar o uso de biocombustíveis.

Os varejistas estatais de combustível da Índia estão ampliando a capacidade de armazenamento de etanol em 51%, diante de uma meta do país de dobrar a mistura do biocombustível com gasolina para 20% até 2025.

Puri disse que a Índia e o Brasil estão cooperando nas áreas de biocombustíveis e etanol.

A Unica, entidade que representa os produtores de açúcar e etanol no Brasil, assinou um memorando de entendimento com a Sociedade de Produtores Indianos de Veículos Automotivos para atuar nas áreas de etanol e tecnologia flex-fuel.

“Acreditamos que a Índia e o Brasil podem se unir para ajudar outros países que buscam aumentar o uso do etanol como combustível automotivo e desenvolver a tecnologia flex-fuel para reduzir a pegada de carbono”, disse Evandro Gussi, presidente-executivo da Unica.