‘Medo de ficar cega’, diz Urach após mudar cor dos olhos; veja riscos

Andressa Urach está vivendo momentos de tensão nos últimos dias após se submeter a uma cirurgia oftalmológica para mudar permanentemente a cor dos olhos. A influenciadora contou nas redes sociais que realizou o procedimento conhecido como queratopigmentação, na França, para ter os olhos azuis, um antigo sonho de infância, segundo ela. Porém, a realidade pós-cirurgia foi bem diferente do que ela imaginava.

“Realizei um sonho de infância”, escreveu inicialmente. Mas logo depois veio o desabafo: “Já estou praticamente arrependida. Está doendo muito. Vou embarcar daqui a pouco para o Brasil. Orem por mim!”, disse em um vídeo gravado ainda no aeroporto francês.

Nesta quinta-feira (26), Urach voltou às redes para revelar que a dor persistia e que mal conseguia enxergar. “Tá doendo muito, lacrimeja muito e mal consigo enxergar”, escreveu. Ela ainda contou que, no dia da cirurgia, a sala de procedimento estava muito fria e ela acabou contraindo uma forte gripe, o que agravou o mal-estar.

De volta ao Brasil, a ex-Miss Bumbum procurou atendimento médico e foi diagnosticada com um processo inflamatório nos olhos. “O médico passou os medicamentos e agora é seguir o tratamento. Vai dar tudo certo”, contou aos seguidores em um vídeo gravado em um consultório oftalmológico.

Riscos do procedimento

A mudança da cor dos olhos é desaconselhada pelos oftalmologistas especialmente pelos riscos associados ao procedimento.

➡️Segundo os especialistas, existem diferentes maneiras de alterar artificialmente a coloração dos olhos – implante de íris artificial, laser para despigmentar a íris e pigmentação de córnea –, mas todas podem causar graves consequências.

“Todas oferecem risco para a saúde ocular do paciente. O principal risco quando é realizado o laser é o desenvolvimento de glaucoma. Já no caso do implante de íris artificial, a questão é danificar as células da córnea. A pigmentação da córnea, por outro lado, pode causar infecções”, detalha César Motta, oftalmologista e também diretor da SBO.

Os problemas mais graves causados pela cirurgia incluem:

  • Redução da visão;
  • Aumento da pressão, podendo levar a glaucoma, catarata e lesão corneana;
  • Cegueira.

Wilma Lelis, presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), ainda destaca que o procedimento também pode atrapalhar o diagnóstico de possíveis doenças oculares, além de dificultar a realização de futuras cirurgias.

“A pigmentação vai impedir a visualização do olho quando esse paciente precisar de cirurgias. Então, se ele for fazer uma cirurgia de catarata, por exemplo, vai ter uma dificuldade muito grande para acessar esse olho”, afirma Wilma.

A especialista, assim como os demais oftalmologistas, pondera que os riscos associados à mudança fazem a técnica não valer a pena.

E alerta novamente para o perigo real da perda de visão.