As metralhadoras furtadas do Arsenal do Exército em Barueri, na região metropolitana de São Paulo, são capazes de derrubar helicópteros e aviões sem blindagem e atingir alvos a uma distância de até 2 quilômetros, de acordo com o especialista em segurança pública Bruno Langeani, gerente do Instituto Sou da Paz. Entre as 21 metralhadoras furtadas, estão 13 calibre .50 e oito calibre 7,62.
“Essas metralhadoras .50 são capazes de atingir e produzir danos a até 2 km. Por terem longo alcance, podem derrubar aviões e helicópteros sem blindagem caso estejam em baixa altitude e acertem pontos críticos destas aeronaves”, diz Bruno Langeani.
Além disso, as metralhadoras .50 são desenhadas para disparos em rajada numa frequência alta. “Por essa razão, não usam carregadores, e sim munição presa por fita”, explica Langeani. “Isso permite fazer até 600 disparos por minuto, o equivalente a 10 tiros por segundo.”
De acordo com o especialista em segurança pública, o preço das armas somadas no mercado paralelo pode ultrapassar os R$ 2,5 milhões. Segundo ele, apenas uma metralhadora .50 chega a ser negociada por R$ 200 mil.
“Em 2018, uma arma dessa foi apreendida na Rocinha [comunidade do Rio de Janeiro] pela Polícia Civil durante uma negociação. O valor ofertado pela arma foi R$ 200 mil. São tão raras e valiosas que, na época, havia ao menos dois carros com criminosos armados fazendo a escolta da arma”, afirma.
Langeani afirma, ainda, que os armamentos exigem treinamento específico, e o crime organizado acaba aliciando os próprios militares para ajudar na operação.
“Essas armas demandam treinamento militar, tanto para fixá-las quanto para operá-las. É por isso que o crime recruta muito das fileiras das próprias Forças Armadas. Eles pegam profissionais capazes de operar e também de realizar a manutenção desse armamento”, diz Langeani.
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