Ópera com sexo no palco, sangue e piercing ao vivo faz público passar mal na Alemanha

DW – Diversos espectadores passaram mal no último fim de semana durante uma apresentação da ópera Sancta, na cidade de Stuttgart, sudoeste da Alemanha. Elas tiveram de receber assistência médica ao assistirem a uma apresentação que incluía piercing ao vivo, relações sexuais não simuladas e grandes quantidades de sangue falso e real. A direção de cena é da coreógrafa Florentina Holzinger.

Houve um total de 18 intervenções de primeiros socorros para os espectadores, informou nesta quinta-feira (10) Sebastian Ebling, assessor de imprensa da Ópera de Stuttgart. “Mas isso não significa que 18 pessoas desmaiaram ou vomitaram, disse.

Em vez disso, os espectadores saíram porque “se sentiram mal”, e “em três casos, o médico de emergência teve de ser chamado”. Mas Ebling não soube dizer exatamente qual era a situação médica.

O tabloide Bild mencionou “estados de choque”. A própria casa de ópera emitiu um aviso com relação à classificação etária.

“A espiritualidade e a sexualidade estão no centro da noite – mas também a crítica à religião e um olhar crítico sobre a violência religiosa e social. Atos sexuais acontecem no palco.”

Na montagem baseada numa ópera da década de 1920, além de outras fontes, há sangue real e falso, processos de piercing e um ferimento. Efeitos estroboscópicos, alto volume de som e incenso também são usados.

A Igreja já havia criticado a apresentação em Viena, que se seguiu à estreia na cidade de Schwerin. O teólogo vienense Jan-Heiner Tück criticou Sancta por reproduzir clichês conhecidos.

Freiras que rompem os muros do mosteiro para experimentar a liberação sexual é, segundo ele, “uma narrativa um tanto simplista”.