A Operação Faroeste começou no final de 2019, com a prisão de quatro advogados, o cumprimento de 40 mandados de busca e apreensão e o afastamento de seis magistrados – entre eles o presidente do TJ-BA da época. Desde então, várias prisões e movimentações no caso ocorreram.
As investigações da Polícia Federal apontam a existência de um esquema de venda de decisões judiciais por juízes e desembargadores da Bahia, com a participação de membros de outros poderes, que operavam a blindagem institucional da fraude.
O esquema supostamente consistia na legalização de terras griladas no oeste do estado. A organização criminosa investigada contava ainda com laranjas e empresas para dissimular os benefícios obtidos ilicitamente.
Há suspeitas de que a área objeto de grilagem supere os 360 mil hectares e de que o grupo envolvido na dinâmica ilícita tenha movimentado cifras bilionárias.
A Polícia Federal informou que o grupo é suspeito de corrupção ativa e passiva, lavagem de ativos, evasão de divisas, organização criminosa e tráfico influência.
A Operação Faroeste, que desarticulou um esquema de grilagem de terras no Estado da Bahia chegou a sua 7ª fase.
Algumas coincidências, entretanto, estão chamando a atenção entre a operação da Bahia e um possível braço no Piauí, o que já estaria sendo investigado pela Polícia Federal.
O próprio “falso cônsul de Guiné Bissau” (Adaílton Maturino) responde por processo no Judiciário do Piauí e hoje está preso.
Outras coincidências envolvem o fato do “Borracheiro” citado como laranja na operação da Bahia hoje residir em Baixa Grande do Ribeiro, no interior do Piauí. Nessa mesma cidade, há uma investigação que estaria atrelada ao mesmo grupo da Bahia ou um grupo com o mesmo modus operandi.
No Piauí, os personagens envolvem um laranja de nome Manoel, que também mora em Baixa Grande do Ribeiro (PI), que foi “agraciado” por decisões estranhas, passando a ser possuidor, da noite para o dia, de uma área de 11.000 (onze mil) hectares, na qual, segundo ele, exercia agricultura familiar sozinho…criando menos de 50 cabeças de boi.
Outros personagens no Piauí são nomes de peso, do mesmo quilate daquele caso da Bahia, mas ligados ao Piauí e seu Tribunal. As investigações envolvem magistrados de segundo grau, advogados (de todos os tipos, entre parentes de desembargadores, ex-falso cônsul e outro já conhecido da polícia, tendo sido preso em outra operação de grilagem de terras) e pelo menos um funcionário do Instituto de Terras do Estado. No Piauí, assim como na Bahia o movimento conta com patrocinadores, ligados a pessoas de Campo Novo dos Parecis (Mato Grosso) e empresa de Cuiabá.
Se o Brasil é o celeiro do mundo, tem muita gente querendo ganhar no grito de quem adquiriu honestamente. Há muito trabalho para a polícia e para o judiciário.
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