Preso desde o dia 21 de dezembro do ano passado, o jornalista Oswaldo Eustáquio decidiu denunciar agressões e maus-tratos que estaria sofrendo de agentes penitenciários que acompanham sua rotina no Hospital Regional de Paranoá, em Brasília, onde ele está internado para tratamento das sequelas de uma queda sofrida dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, também na capital federal.
No documento, divulgado pelo site Jornal da Cidade Online, Eustáquio narra, no início, que os policiais teriam desconfiado de uma possível “trama” para resgatá-lo. Contudo, ao serem interpelados por Oswaldo para que fizessem uma ocorrência na polícia, os agentes nada registraram oficialmente.
– Fui questionado pelo policial se eu tinha um primo com Gol branco. Informei que meus primos não vivem no DF [Distrito Federal]. O policial estava em conversa com o seu adjunto, Renan, que desconfiou de um possível resgate. Acham que havia uma trama para uma suposta fuga – disse.
E continuou.
– Solicitei que fizessem uma ocorrência na Polícia Militar. Eles não quiseram fazer. Ou seja: não estavam preocupados com a minha integridade física. Quando descartou a pífia desconfiança de fuga, ignoraram a situação; mesmo com o risco eminente de ser uma emboscada – detalhou.
Eustáquio, então, destacou que o agente Renan seria um “esquerdista declarado”, que teria prevaricado ao não avisar a Polícia Militar, mesmo que para registro, sobre o ocorrido envolvendo o veículo branco.
ATOS DE VIOLÊNCIA
O jornalista também narrou episódios de violência psicológica e física realizados por um agente denominado por ele como “Pacheco”, que seria um policial da Papuda. Segundo Eustáquio, no último domingo (17), o tal policial teria chutado as pernas do jornalista, que estava em cadeira de rodas, por duas vezes.
De acordo com Oswaldo, a agressão teria sido motivada por conta de uma ida da esposa do jornalista, Sandra Terena, para levar até a recepção do hospital uma sunga para que Eustáquio iniciasse o tratamento de hidroterapia. Sem um motivo claro, Pacheco teria impedido que o material para o tratamento fosse entregue ao jornalista.
Após o caso, Eustáquio contou que o policial penal ficou nervoso e avisou o chefe no presídio, que o afastou da escolta logo após o ocorrido. O agente então utilizou, indevidamente, o nome da juíza de Execuções do Distrito Federal, Leila Cury, para justificar as agressões físicas e morais a Eustáquio.
– Durante a madrugada, eles gritavam e davam risada, regozijando-se e celebrando a agressão ter sido abafada. Entraram no quarto e começaram a zombar de mim. “Cadê o Bolsonaro? Você está preso, e eu sou o Estado, e meu papel é transformar sua vida em um inferno”, disse o tal agente, colega de Pacheco, recusando-se a dizer o nome – contou Eustáquio.
Segundo Oswaldo Eustáquio, o agente prosseguiu dizendo que acabariam com o jornalista na prisão:
– Procure meu nome no relatório que vai te ferrar. Já falei com o Anderson, Secretário de Segurança do DF, e ele disse que vai falar com a Dra. Leila Cury para te ferrar e indeferir todos os teus pedidos. Você ficará sem visita da família e vamos proibir a entrada do seu advogado. Vamos “arrochar” o Hospital para diminuir seu tempo de tratamento e, lá, no presídio, vamos acabar com você – teria ameaçado o agente desconhecido.
Fonte: Pleno.News
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