Polícia Civil do Rio em recado ao STF: ‘O sangue do policial morto está nas mãos de entidades que fazem ativismo judicial’

A Polícia Civil responsabilizou o que chamou de “ativismo judicial” pela morte do agente André Frias e garantiu que foram cumpridos todos os protocolos estabelecidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração ocorreu durante uma coletiva de imprensa na quinta-feira (6), para explicar a Operação Exceptis, realizada na comunidade do Jacarezinho (RJ).

“O sangue desse policial que faleceu em prol da sociedade de alguma forma está nas mãos dessas pessoas e entidades”, disse o delegado Rodrigo Oliveira, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Polícia Civil, fazendo referência ao policial morto na operação.

O policial civil André Frias foi atingido na cabeça, logo no início da operação, por um traficante que estava atrás de uma estrutura de concreto, informaram os delegados.

“De um tempo para cá, por conta de algumas decisões e um ativismo judicial que se viu muito latente na discussão social, fomos de alguma forma impedidos ou foi dificultada a ação da polícia em algumas localidades”, completou o delegado.

Desde junho do ano passado, a Suprema Corte brasileira suspendeu operações em favelas do Rio de Janeiro durante a pandemia. A decisão permite ações apenas em “hipóteses absolutamente excepcionais”, após comunicação e justificativa ao Ministério Público.

“O resultado disso nada mais é do que o fortalecimento do tráfico. Quanto menos você combate, quanto menos você se faz presente, o tráfico obviamente vai ganhando cada vez mais poder, expandindo seus domínios e avançando cada vez mais para dentro da sociedade organizada”, pontuou Oliveira.