Startups: Os Manguezais Indispensáveis à Inovação e à Oxigenação da Economia Digital

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A prosperidade de uma nação depende, concomitantemente, de sua capacidade de inovação e da existência de instituições inclusivas, que garantam a universalização de oportunidades (em especial o acesso à educação e ao crédito).

Esta é uma conclusão central que se viu reforçada, nos dois últimos anos, pelo reconhecimento da ciência econômica. O Prêmio Nobel de Economia de 2024 destacou os trabalhos de Daron Acemoglu, Simon Johnson e James A. Robinson, os quais demonstraram como a qualidade das instituições políticas e econômicas se faz fundamental para o desenvolvimento. De forma complementar, os laureados de 2025, Joel Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt abordaram a correlação entre o crescimento econômico e a potencialização da inovação, desde que esta última se veja envolta por um caldeirão cultural de confiança, ética e moralidade.

As startups, por se notabilizarem pela capacidade de romper com lógicas tradicionais e realçarem a concepção de tecnologias e modelos de negócios escaláveis, despontam como os motores da inovação da economia digital. Elas se constituem nos faróis das teses dos referidos laureados, criando soluções disruptivas capazes de transformar mercados, resolver problemas sociais e impulsionar a economia. Além disso, essas empresas contribuem para a geração de empregos, para a aceleração de ganhos de produtividade e para a materialização da prosperidade.

Não por acaso, as principais economias globais, sejam elas já consolidadas (Estados Unidos e China) ou emergentes (Índia e Coréia do Sul), consideram a proliferação de startups, como um dos pilares de seus respectivos planos destinados a produzir proeminência no comércio internacional. É o que descortina o America’s AI Act, o plano Made in China 2025, o Missão Índia AI e o Plano Nacional de IA da Coréia do Sul.

No Brasil, a despeito da sanha tributária e da burocracia pátria, diversas startups buscam revolucionar os mercados tradicionais. Colocando uma lupa sobre o setor das agências regulatórias, o qual se constitui em um dos segmentos estratégicos da economia brasileira, deve-se prestar atenção, em especial, para o trabalho desenvolvido por uma startup nacional: a JX. Esta empresa está despontando com uma iniciativa única e inovadora, com potencial para revolucionar e agilizar o setor regulatório do nosso país.

A JX desenvolveu a plataforma InfraJuris, que se constitui numa IA desenhada para a área de infraestrutura, tendo por objetivo reinventar a maneira como as informações regulatórias são acessadas e utilizadas.

Esta recém-nascida startup nacional mira em um problema crônico do setor: a fragmentação e o difícil acesso às informações regulatórias. Esse cenário de dispersão custa caro aos agentes envolvidos, resultando em perda de muito tempo, dinheiro e oportunidades.

A plataforma InfraJuris, da JX, integra bases de dados públicas do conteúdo decisório das agências regulatórias, criando um ecossistema de informações inédito e unificado. Ela faculta que profissionais do direito, empresas que atuam em segmentos regulados e até mesmo órgãos públicos obtenham uma visão significativamente mais clara, e estruturada, do complexo ambiente regulatório nacional.

Na natureza, os manguezais são ecossistemas vitais, uma espécie de “berçários da vida”, fornecendo alimento e abrigo para diversas espécies. Na economia digital as startups, a exemplo da JX, são ecossistemas cruciais que atuam como um motor de inovação e crescimento econômico, impulsionando a disrupção e criando novas soluções. Elas são essenciais para manter o mercado dinâmico e competitivo, desenvolvendo novas tecnologias e produtos.

As startups são os manguezais da economia digital, ajudando a construir o futuro de países e sociedades que desejem trilhar o caminho da prosperidade e da superação. O caso da JX e sua plataforma InfraJuris, no setor regulatório brasileiro, ilustra essa premissa. Ao aplicar inteligência artificial para unificar e desmistificar o acesso a informações críticas, a JX demonstra como essas novas empresas não apenas criam riqueza, mas também promovem maior segurança jurídica e eficiência em segmentos estratégicos. Lições internacionais nos mostram que reconhecer e apoiar as startups é pavimentar o futuro, assegurando o dinamismo e a competitividade. Vamos em frente, com muito orgulho de usar a JX, uma empresa brasileira, como exemplo nesse artigo.

Mauro Souza é engenheiro com pós-graduação em robótica e mestrado em telecomunicações. É empresário, CEO da Quantum Tecnologia, CEO da BX Analytics e sócio da JX. Autor do livro “Política de Tecnologia da Informação no Brasil: um Caminho para o Século XXI”, foi eleito IT Leader pelo International Data Group.

 

Matheus de S. Depieri é advogado e empresário, sendo sócio da Depieri Souto Advogados, consultor do Madruga BTW e sócio da JX. É mestre em Direito (LL.M., First Class) pela University of Cambridge e bacharel em Direito pela Universidade de Brasília.