STJ confirma afastamento do governador de Alagoas aliado e defendido por Lula

Paulo Dantas, afilhado político de Renan Calheiros, foi afastado por causa de um esquema de corrupção que desviou R$ 54 milhões

Não teve jeito! O governador de Alagoas, Paulo Dantas, apoiado e defendido por Lula, mesmo após o seu afastamento por corrupção, vai continuar fora do cargo. Por 10 votos a 2, os ministros confirmaram a decisão individual da ministra Laurita Vaz, relatora do inquérito que investiga um esquema de funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa de Alagoas e que teria sido chefiado pelo governador. Na terça, Paulo Dantas foi alvo da operação Edema, autorizada pela ministra.

Confira os votos dos ministros do STJ a favor do afastamento de Paulo Danta, além de Laurita Vaz: Francisco Falcão, Nancy Andrighi, Herman Benjamin, Og Fernandes, Benedito Gonçalves, Raul Araújo, Paulo de Tarso Sanseverino e Isabel Gallotti. Dois magistrados, João Otávio de Noronha e Jorge Mussi votaram contra. O ministro Humberto Martins se declarou suspeito para julgar o caso

A ministra Laurita Vaz rebateu acusações de “personalidades políticas” que apontaram uma suposta conduta parcial no caso. A ministra defendeu o trabalho da Polícia Federal, disse que o caso foi analisado sem pressa e que as críticas partiram de quem não teve conhecimento do caso, usando discursos vazios.

Laurita Vaz disse que foi alvo de ataques e mentiras deslavadas.

“Não é difícil constatar que tudo foi conduzido dentro da normalidade. Se tivesse me curvado à expectativa, sentado em cima dos autos, esperando as eleições, aí sim estaria agindo com viés político”, disse. A ministra ressaltou que não poderia deixar de atuar para “estancar a sangria dos cofres públicos”.

As investigações, disse a ministra, mostram que o esquema envolveu a nomeação de 93 servidores fantasmas para cargos comissionados.

“Os salários eram sacados por operadores de esquemas. E nomeados eram pessoas humildes ou ligadas ao grupo que apenas emprestavam seus dados para a confirmação no cargo e recebiam entre R$ 200, R$ 300 ou R$ 600 em média. Os salários mensais desses servidores fantasmas eram de R$ 16 a R$ 21 mil”, disse Laurita.