Time de vôlei com atleta trans enfrenta boicote e desistências de adversários

A equipe feminina de vôlei da San Jose State University garantiu vaga na semifinal do Torneio Mountain West após uma temporada marcada por boicotes devido à presença de Blaire Fleming, atleta transgênero. Durante o campeonato, os Spartans acumularam seis vitórias por desistência de adversários, reflexo de um debate nacional sobre a inclusão de atletas trans no esporte feminino.

Boise State e Utah State, que boicotaram jogos contra San Jose, agora disputam a vaga para enfrentar os Spartans na próxima fase. Utah State, além do boicote, ingressou com uma ação judicial contra a conferência Mountain West, alegando que a inclusão de Fleming viola a equidade esportiva. “As regras precisam ser revistas para garantir justiça a todas as atletas”, argumentaram os advogados no processo.

A polêmica reflete um debate global. Nos Estados Unidos, estados como Texas e Flórida aprovaram leis proibindo a participação de atletas trans em esportes femininos escolares e universitários. O governador da Flórida, Ron DeSantis, sancionou a “Fairness in Women’s Sports Act”, afirmando que “permitir a participação de atletas trans em categorias femininas destrói as conquistas de mulheres no esporte”.

Em nível internacional, nadadoras como Riley Gaines se tornaram vozes ativas contra a inclusão de transgêneros em competições femininas. Gaines criticou a participação de Lia Thomas, nadadora trans que conquistou títulos universitários nos EUA: “É um desrespeito ao esforço e sacrifício das mulheres que lutaram para competir em condições justas”, declarou.

Na Europa, a Federação Britânica de Atletismo anunciou que restringirá categorias femininas apenas a atletas designadas como mulheres ao nascer. Segundo a presidente da entidade, Tanni Grey-Thompson, a medida busca proteger a integridade das competições femininas e evitar um “esvaziamento da categoria”.

O caso de San Jose State, enquanto isso, segue envolto em incertezas. A universidade defende que Blaire Fleming está elegível conforme as regras da NCAA, mas adversários mantêm resistência. Uma decisão judicial prevista para esta semana pode mudar os rumos do torneio e reacender o debate nacional.

Fonte: O Antagonista