Após a invasão russa na Ucrânia, que começou há 13 dias, os líderes europeus passaram a expressar grande preocupação com a defesa de seus territórios e com a dependência energética em relação ao gás e petróleo da Rússia.
Esses assuntos serão discutidos amanhã (10) e sexta-feira (11) em reunião do Conselho Europeu, em Versalhes, e foram comentados pelo presidente francês, Emmanuel Macron e pelo primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte.
Macron e Rutte fizeram declarações hoje (9), em frente ao Palácio do Eliseu, residência oficial do presidente francês, em Paris. Macron disse que a Europa precisa construir uma independência estratégica maior em matéria de defesa. “Estamos juntos aqui para fazer da Europa uma potência geopolítica. Essa guerra no solo europeu nos impõe avaliar as consequências agora e no médio prazo”, afirmou.
Mark Rutte, premiê holandês, afirmou que lideranças europeias precisam discutir a dependência do petróleo e do gás da Rússia. “Não vou propor a gente cortar o suprimento hoje, não é possível, porque precisamos do suprimento russo. Mas podemos fazer mais para avançar nessa agenda verde, descarbonizar nossas economias. E fazer uso do pacote verde, com novas tecnologias, novos empregos. Isso está no cerne das nossas discussões, focar em inovação e que tenhamos autonomia”.
Rutte afirmou também a necessidade de se aumentar os gastos com a defesa. “Estamos sempre abaixo dos 2% [percentual do orçamento total destinado à defesa], então agora estamos aumentando em 25% nossos gastos com defesa. Não vamos chegar a 2% agora, mas vamos chegar lá o mais rápido possível”.
O premiê holandês disse “uma página foi virada na história europeia e que temos que trabalhar mais juntos para manter nossos países e povos seguros”.
Os temas de defesa, segurança e independência energética estarão em debate nos próximos dias no Conselho Europeu, tanto que, em carta de convite do presidente Charles Michel aos membros do organismo, ele afirma que “a agressão militar não provocada e injustificada da Rússia contra a Ucrânia é uma violação flagrante do direito internacional e compromete a segurança europeia. À luz dos recentes acontecimentos, é mais urgente do que nunca tomarmos medidas decisivas para reforçar a nossa soberania, reduzir as nossas dependências de terceiros e conceber um novo modelo de crescimento e investimento”.
Fonte: Agência Brasil
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