O tamanho, o tipo do focinho e a pelagem são características de cachorros que os pais de pet devem ficar especialmente atentos no inverno. Isso porque o tempo seco e as mudanças bruscas de temperatura podem fazer os animais sofrerem nesta época do ano -resfriados, alergias e até pneumonias são quadros comuns nas clínicas veterinárias.
Alguns animais sofrem mais do que outros, no entanto. Cachorros grandes, compactos e com pelos longos costumam sentir menos frio. Já os pequenos, com pelagem menor e focinho achatado (braquicefálicos), além de sentir mais frio, têm mais problemas respiratórios. Estes últimos são prejudicados tanto pelas mudanças de temperatura, quanto pelo tempo seco.
Alexandre Rossi, veterinário e zootecnista pela USP (Universidade de São Paulo), explica que os animais se adaptam às condições do ambiente. No inverno, a pelagem fica mais volumosa. No verão, os pelos caem. Mas quando as mudanças de temperatura são bruscas, a capacidade de fazer esse ajuste diminui.
O especialista explica que as pessoas devem tomar cuidado ao se basear em seu próprio frio ou calor na hora de colocar roupas em seu animal. Em vez disso, ele recomenda que o dono preste atenção nos sinais que seu pet está dando -mesmo se estiver frio e ele estiver com a boca aberta e ofegante, por exemplo, pode ser um sinal que ele está com calor, explica Rossi.
Os cães menores e com pelo curto, no entanto, têm mais dificuldade de fazer tais adaptações. Aqueles com focinho achatado, como buldogues e pugs, têm ainda o agravante de possuírem o sistema respiratório prejudicado, pois têm mais dificuldade na ventilação. Essa conta pode ser extremamente prejudicial para os cães nesta época do ano.
O veterinário alerta que cachorros deste tipo são os mais afetados pelo tempo seco e as mudanças bruscas de temperatura e, por isso, podem ficar resfriados, contrair gripes e até ter doenças como a tosse canil com mais facilidade.
“São problemas comuns em cachorros que já têm alguma deficiência como por exemplo o focinho muito achatado ou o sistema imunológico fragilizado. Existem patógenos que vão se beneficiar dessa época do ano. E mudanças repentinas sem que o corpo tenha tempo para se adaptar aumentam a chance deles adoecerem.”
É o caso da Agnes, uma cadela da raça pug da empresária Stéfani Muniz Benetti, 24, dona de um pet shop na zona leste de São Paulo. Por ser um cachorro de focinho achatado, está mais suscetível aos problemas respiratórios e, com isso, é mais vulnerável às mudanças climáticas que causam tempo seco.
Benetti conta que há cerca de um ano a pug precisa fazer inalações periódicas, pois no clima frio está constantemente gripada. Agnes chegou a ficar internada com pneumonia por três dias. Seus outros dois cães, a vira-lata de grande porte Judith, e a yorkshire Matilda, estão lidando bem com as mudanças de temperatura e a baixa umidade do ar.
Fonte: Jornal de Brasília
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