As réguas para medir o sucesso de governantes ao redor do mundo tiveram alguns “ajustes” na crise da covid-19: ficou com a imagem fortalecida quem conseguiu controlar melhor os casos, prevenir lotação de UTIs e, mais recentemente, quem melhor acelerou o processo de vacinação. Por essa nova óptica, um dos líderes com mais capital político recente se tornou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
No terceiro dia do Fórum Econômico Mundial, em Davos, Netanyahu foi convidado a falar hoje (27), sobre o cenário político em Israel e, sobretudo, sobre o sucesso na campanha de vacinação do país, que tem um terço da população vacinada.
O premiê disse acreditar que parte do sucesso de Israel com as vacinas é porque o país “comprou muito, e rápido”, evitando que os preços das doses subissem mais nos meses a seguir. Enquanto falava em Davos, o premiê disse que estava até há pouco ao telefone com o presidente da Pfizer, Albert Bourla, de quem se disse amigo em entrevistas anteriores.
“Eu não ligo para eles tanto… só cinco vezes por dia”, brincou, sobre o contato com a Pfizer. Perguntado se era verdade que esteve ao telefone “70 vezes” com o presidente da Pfizer, Netanyahu corrigiu. “Foram 21 vezes, não 70…”
O premiê disse que também está pessoalmente em contato com os representantes da Moderna e de outras empresas. Também tem participado do processo de negociação o ministro da Saúde, Yuli Edelstein. “Acredito que você precisa de liderança pessoal aqui. É como checar as munições em uma guerra”, disse Netanyahu.
Além da vacina de Pfizer/BioNTech, que tem sido usada em Israel até agora, doses da vacina da Moderna chegarão ao país em março e há entregas previstas para as próximas semanas da vacina de AstraZeneca/Oxford.
Israel é disparado o país com mais doses da vacina da covid-19 aplicadas per capita. Segundo contagem da Bloomberg com base em dados oficiais, o país aplicou 45 doses a cada 100 habitantes — o que, se fosse dada apenas uma dose a todos, seria o equivalente a quase metade da população do país, que tem na casa dos 9 milhões de habitantes.
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