PP critica aborto, liberação de drogas e retrocessos do governo Lula

Em resposta ao ingresso de André Fufuca (PP-MA) e da ala ligada a Arthur Lira (PP-AL) no governo Lula, o PP aprovou uma “Agenda Central” com valores pétreos que deverão ser adotados por todos os parlamentares da sigla.

O documento, elaborado pela ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina e endossado pelo presidente do partido, Ciro Nogueira (foto), defende pautas conservadoras como a criminalização do aborto e a valorização da família como “pilar central na formação de indivíduos”. O partido também se posicionou contra a descriminalização das drogas – tema que é alvo de ação no STF – e contra retrocessos do governo Lula, como a possibilidade de reversão da reforma trabalhista pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho.

O partido também se manifestou contrário à corrupção (embora tenha sido um dos principais alvos da operação Lava Jato), contra invasões de propriedades, a favor de “políticas fiscais equilibradas” e defendeu que empresas estatais sejam “regidas por mérito e competência, alinhadas à uma gestão transparente e voltada para resultados”.

Na prática, o documento aprovado pela executiva nacional, e obtido em primeira-mão por O Antagonista, deixa claro uma cisão entre o PP do Senado e o PP da Câmara. O primeiro, mais alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro; e o segundo, ligado ao governo Lula. Como mostramos na semana passada, Fufuca foi afastado do comando da executiva estadual do PP após ter sido nomeado.

“A verdadeira democracia e pluralidade se refletem no respeito à diversidade e na valorização de cada vida. Defender a liberdade religiosa é não só uma expressão da essência democrática, mas também um reconhecimento da riqueza cultural e espiritual de nosso povo”, diz um trecho do documento.

“A valorização da vida desde sua concepção até a terceira idade emerge como um pilar fundamental para moldar uma sociedade mais cuidadosa e respeitosa. Enfatizamos que todas as vidas possuem valor inestimável, e este princípio abrange desde os não nascidos até mulheres grávidas, famílias e idosos”, destaca a carta.

Fonte: O Antagonista