Na primeira declaração direta após receber o Nobel da Paz de 2025 nesta sexta-feira (10), a líder da oposição venezuelana María Corina Machado dedicou a premiação ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ao povo venezuelano.
Corina Machado também afirmou que a premiação é um “impulso para concluir nossa tarefa” de derrubar o regime de Nicolás Maduro. Ela é uma das principais vozes da oposição democrática ao presidente e vive escondida na Venezuela desde que contestou o resultado das últimas eleições.
“Eu dedico este prêmio ao sofrimento do povo venezuelano e ao presidente Trump por seu apoio decisivo à nossa causa!”, escreveu Corina Machado em suas redes sociais após o anúncio da premiação.
Escondida desde 2024
O presidente do Comitê Norueguês do Nobel, Jørgen Watne Frydnes, foi questionado sobre a segurança de Machado agora que ela recebeu este prêmio. Ela vive escondida desde agosto de 2024.
Frydnes diz que essa é uma discussão que o comitê tem todos os anos, “especialmente quando a pessoa que recebe o prêmio está escondida devido a sérias ameaças à sua vida”. Para ele, o prêmio irá “apoiar a sua causa e não limitá-la”.
Ele disse esperar vê-la na cerimônia de entrega do prêmio em Oslo em dezembro — mas reconheceu que sua situação de segurança é grave.
A líder da oposição venezuelana desapareceu da vida pública após as eleições de julho de 2024.
Ela anunciou a decisão em uma carta publicada pelo Wall Street Journal. O título era: “Posso provar que Maduro foi derrotado”.
“Estou escrevendo isso escondida, temendo pela minha vida, minha liberdade e a dos meus compatriotas da ditadura liderada por Nicolás Maduro”, escreveu ela.
Na carta, ela afirma ter provas de que Nicolás Maduro não venceu as eleições e diz que é “inconcebível” que ele aceite a derrota. Ela detalha as medidas tomadas pelo governo de Maduro, como impedi-la de concorrer e desqualificar seu substituto.
Ela diz que o governo de Maduro não esperava que as pessoas “fossem como uma onda gigantesca” e reagissem. “Minutos depois que os resultados começaram a chegar, confirmamos que nossa vitória era esmagadora.”
Ela explica que, quando os protestos eclodiram, a maior parte de sua equipe passou a viver na clandestinidade e afirma: “Posso ser capturada enquanto escrevo estas palavras”.
Machado foi vista brevemente em um protesto em janeiro, onde o governo a prendeu por um curto período e depois a libertou.


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